Invasão da Ucrânia. Os olhares das repórteres de guerra em livro

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[Fotografia: Pexels/Lil Artsy]

Cândida Pinto estava e Kiev e pronta para ir ao leste da Ucrânia, mas acabaria por aceitar uma informação insistente de relevo e permanecer na capital ucraniana na madrugada em que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro de 2022. Ana França estava de férias em Trieste, no norte de Itália, na véspera da eclosão do conflito. Três dias depois chegava a Lviv, cidade que acolheu e deu apoio a milhões de refugiados da guerra nas primeiras semanas, e seguiria pelo território adentro.

Ambas são jornalistas, cobriram e reportaram o conflito no último ano e editaram agora livros onde contam outras histórias da guerra. “Seguimos de manhã (23 de fevereiro) para uma reunião no sindicato de jornalistas da Ucrânia, onde estão também os elementos do Ministério da Defesa. Há pedidos de credenciais feitos há vários dias por diversos jornalistas para aceder às áreas mais complexas, mas a resposta tarda. Indicam-nos que há cerca de mil jornalistas internacionais na Ucrânia, que o processo de verificação pode demorar, mas prometem agilizá-lo”, relata a jornalista da RTP, Cândida Pinto, em Ucrânia Insubmissa, editado pela Dom Quixote e a propósito do primeiro ano do conflito.

[Fotografia: Divulgação]

O livro, com imagens do repórter de imagem da estação pública David Araújo, é composto por 27 capítulos, com 27 reportagens, que contam episódios passados nos mais diversos pontos do território, os danos, a barbárie e traz também relatos sobre as vidas que a guerra interrompeu: o casamento dos noivos Anastasia e Vaicheslav numa paragem da guerra, o testemunho marcado de Vova, um menino de 12 anos, e os desabafos de um diário perdido entre os destroços e de uma mulher possivelmente a viver um amor não correspondido.

A dupla de repórteres está de novo na Ucrânia desde o início de fevereiro, onde deverá permanecer por mais algumas semanas.

Num registo de diário, Ana França, jornalista do Expresso, traz relatos do que ouviu no percurso que fez pela Ucrânia, “conversando com as pessoas, seguindo de cidade em cidade para contar o que via”, refere a nota enviada à comunicação social.

[Fotografia: Divulgação]

Em Ali está o Taras Shevchenko com um Tiro na Cabeça – Diário da Ucrânia, da editora Tinta da China, estão reunidas “reportagens que agora se transformam em livro e testemunho vivo de uma guerra ainda em curso”.