Janeiro: homens sentem mais dificuldades financeiras do que as mulheres

Janeiro foi, oficialmente, eleito pelos portugueses como sendo o mês mais complicado no ponto de vista financeiro. Poderíamos dizer que ele, pela sensação que imprime, corresponde a uma segunda-feira de todo um ano porque ninguém gosta especialmente dele. Esta é a conclusão do estudo realizado pela Intrum, no European Consumer Payment Report 2018. Uma investigação que diz ainda que os homens são quem mais sente dificuldades nesta época do ano.

Segundo os dados analisados, o sexo masculino reportou mais contrariedades financeiras neste mês comparativamente com as mulheres. Perto de metade dos portugueses entrevistados, 43% , admitiu ter emprestado dinheiro a alguém para ajudar a pagar uma ou mais contas. Num panorama geral, 30% dos inquiridos reconheceu que janeiro é o mês mais complicado neste setor.

O início do ano é, muitas vezes, uma autêntica dor de cabeça para os portugueses. Há toda uma ginástica necessária quer para pagar contas que venham do ano anterior, quer porque se refletem nesta altura as despesas acrescidas das festividades como o Natal ou Passagem do Ano. Estas ainda se fazem sentir na carteira.

Se 21% das mulheres admitiu que sente mais dificuldade em gerir as suas contas neste mês, 28% dos homens relatou o mesmo problema. Já a nível Europeu, são as mulheres que mais se queixam sobre as dificuldades financeiras sentidas neste mês – 32% das mulheres face a 27% dos homens.

O mesmo relatório mostra ainda as faixas etárias mais afetadas sobre a temática: dos 50 aos 64 anos e dos 25 aos 34 são os que sentem mais pressão sobre a sua situação económica neste mês, com percentagens que vão dos 34% aos 32%, respetivamente. De seguida, aparece a faixa etária compreendida entre os 25 e os 49 anos, com 28% a sentir dificuldades neste mês.

Relatório anual: há novidades este ano

O European Consumer Payment Report deste ano vem acompanhado de algumas novidades, nomeadamente sobre empréstimos de dinheiro. Se 43% dos portugueses admitiu já ter emprestado dinheiro a alguém para ajudar a pagar uma ou mais contas, certo é que 17% não espera receber o montante que adiantou a outros. A nível europeu, os valores são bastante semelhantes, uma vez que 40% dos inquiridos referiu já ter emprestado, sendo que 17% já não tem expectativa de o voltar a ver.

Pede-se dinheiro emprestado para pagar contas da água, do gás e da luz

Os inquiridos portugueses afirmam ter emprestado dinheiro a amigos (36%), irmãos (25%), filhos (22%), pais (16%), namorado/a (13%) e colegas de trabalho (7%). A nível europeu as percentagens situam-se nos 34%, 24%, 23%, 18%, 15% e 8%, respetivamente.

O relatório da Intrum refere ainda que o dinheiro é utilizado, essencialmente, para o pagamento de contas de gás, água e eletricidade (21%), rendas (19%), dívidas pendentes (13%) e de cuidados de saúde (médicos e dentistas) (11%).

Para Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum, “janeiro é um mês de recomeços e é aconselhável que as pessoas façam um planeamento das suas despesas de forma a evitar o endividamento”. “Pedir dinheiro emprestado a um mutuário ou a um banco tem um significado diferente para as pessoas. Os empréstimos podem ajudar-nos a alcançar os nossos sonhos, mas não devemos pedir dinheiro emprestado para além das nossas capacidades”, recomenda.

Percorra a galeria de imagens e veja algumas formas de poupar.

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