João Ricardo: “Toda a gente temeu que eu morresse”

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Pouco mais de um mês depois de ter sido operado de urgência a um tumor no cérebro, tendo ficado internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, durante grande parte do mês de outubro, João Ricardo olha para o que lhe aconteceu como “um milagre” e não tem dúvidas: “A vida sempre foi generosa comigo”. E frisa: “Toda a gente temeu que eu morresse. Percebi que as pessoas gostam de mim.

Em entrevista a Daniel Oliveira, no ‘Alta Definição’ deste sábado, na SIC, o ator de 52 anos, explica: “A vida sempre me tirou o que tinha a tirar na altura certa e deu o que tinha a dar na altura certa. Já não tive nada, hoje tenho tudo”, frisa o ator da novela ‘Rainha das Flores’.

João Ricardo acrescentou que os médicos “foram avisando as pessoas que eu podia ficar paralítico” e que “toda a gente tinha medo da minha reação ao dizerem-me que eu tinha um cancro”. “Não acredito em Deus, acredito em Cristo, e acho que ele esteve do meu lado”.

O ator acrescentou que foram tantas as pessoas que o quiseram visitar, enquanto esteve internado, que o hospital colocou um segurança à porta. “Era muita gente, só podia receber quatro por dia”.

O apoio do filho, Rodrigo, de 11 anos, foi fundamental. “Ele dizia-me que eu não podia beber determinadas bebidas, ou comer isto ou aquilo, e para ter cuidado. Passou a ser responsável por mim. O meu filho é a tábua em que eu me agarro. Tem 11 anos. Precisa de mim e eu preciso dele”, conta o ator.

No formato da SIC, João Ricardo frisou: “O destino somos nós que o fazemos. Eu faço o meu. Mas há alguém que nos ajuda”, disse, acrescentando que, no passado, chegou a beber seis litros de um conhecido refrigerante com gás por dia. “Agora bebia só duas ou três latas por dia. Mas fico com ansiedade se não beber este refrigerante. Não bebo álcool nem fumo. Mas isto tranquiliza-me. É quase uma carência afetiva”, revela.

O ator, que se prepara para iniciar os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, recordou ainda a infância, o carinho pela avó Joana, o corte temporário de ligação com o seu pai e os tempos em que viveu na rua.