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Levar bolos para o trabalho pode ser tão mau quanto o fumo passivo, compara responsável britânica

[Fotografia: Pexels/Polina Tankilevitch]

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“Se ninguém trouxesse bolos para o trabalho, eu não os comeria durante o dia, mas como os trazem, eu como”, afirmou a presidente da Food Standards Agency, Susan Jebb, ao jornal britânico .The Times

“Todos nós gostamos de pensar que somos pessoas racionais, inteligentes e educadas que fazem escolhas informadas e subestimamos o impacto que causamos à nossa volta (…) Agora, OK, eu fiz uma escolha, mas as pessoas também escolhem entrar num pub onde se pode fumar”, acrescentou. Ainda que tenha ressalvado que as duas questões – o bolo no trabalho e o fumo passivo – não fossem exatamante idênticas, a presidente da entidade vincou que o fumo passivo infligia danos a outras pessoas e que “o mesmo se aplicava à comida”. Reivindicou para que os esforços feitos para remover o fumo de espaços públicos fossem também aplicados à alimentação.

Ao jornal The Times, a professora em Nutrição e Saúde Pública na Universidade de Oxford acredita que as pessoas subestimam o impacto das suas ações e que – ao contrário do que acontece com o tabagismo – não se esforçam para melhorar a sua alimentação. Na sua ótica, a publicidade colabora neste processo ao não deixarem as pessoas pensarem pela sua cabeça.

Além destas considerações, a presidente da Food Standards Agency lançou críticas às campanhas relativas a junk food (comida de plástica, em tradução livre) por achar que influencia negativamente as escolhas das pessoas. “No imediato, aceitamos que a publicidade tenha rendimentos comerciais sem nenhum controlo de saúde e acabamos com uma completa falha do mercado porque se anuncia o chocolate e não a couve-flor”, acrescenta.

O porta-voz do primeiro-ministro entende que a solução não passa por impedir as pessoas de levarem bolos ocasionalmente para o trabalho. Para o representante do executivo liderado por Rishi Sunak, o governo deve incluir a escolha pessoal quando se debruçar sobre o problema da obesidade.

Steve Barclay, secretário de Estado da saúde, impulsionou a implementação do encerramento dos acordos comerciais sobre alimentos não saudáveis e a proibição da publicidade de junk food na televisão antes das 21.00 horas para 2025 – medidas propostas por Boris Johnson, quando ainda era primeiro-ministro.