“Temos que defender o nosso lugar enquanto mulheres”, dizem atrizes de ‘A Casa de Papel’

Itziar Ituño e Esther Acebo. Talvez estes nomes não convoquem a sua atenção à primeira oportunidade, mas ‘Lisboa’ e ‘Estocolmo’, ou ‘Raquel Murillo’ e ‘Monica Gaztambide’, sim, talvez já se façam ecoar. As duas atrizes da popular série da Netflix ‘A Casa de Papel’ foram dois dos grandes nomes aguardados e confirmados para a 6.ª edição do Comic Con Portugal, o maior evento de cultura pop do país – e estiveram à conversa com o Delas.pt.

Numa série recheada de personagens femininas, o que tal quererá isso dizer da trama e do elenco da série? “Não sei se a Raquel Murillo é feminista, pelo menos de forma consciente. O facto é que ela tem bastante má intuição para a escolha dos seus parceiros. A Raquel é uma mulher especial: primeiro, esteve com um polícia, que é o seu ex-marido e que a maltratava, depois apaixonou-se pelo inimigo que, por agora, ainda não se sabe se vai correr bem ou mal. Mas no que diz respeito a olhar em frente e seguir com a sua vida, sim. Não de forma consciente, mas inconscientemente a Raquel é feminista”, explica desde logo Iziar Ituño, a atriz que interpreta Lisboa, na série.

Esther Acebo, a atriz que encarna a personagem de Monica Gaztambide ou Estocolmo, afirma que embora a série não tenha sido desenhada de forma propositada para ser feminista, há vários contornos que acabam por passar esta imagem: “Acredito que não seja especificamente feminista, mas há algo muito bonito nela, que é o facto de haver muitas mulheres com poder colocadas em diferentes lugares“, afirma.

A atriz lembra ainda uma situação em que discute com o seu parceiro na série, Denver, em que este lhe diz que não pode ir trabalhar [realizar um assalto] porque é mãe. Um argumento que ela recusa. “Ela acredita que é mãe mas, acima de tudo, é mulher, e isto poderia ser extensível a qualquer uma outra do mundo”, defende Esther Acebo.

“Temos que defender o nosso lugar enquanto mulheres. E enquanto trabalhadoras, sabemos que a um homem nunca lhe seria pedida esta explicação. E estou muito orgulhosa de poder ter defendido situações como estas“, vinca.

Itziar Ituño, ou Raquel Murillo, se preferir, recorda ainda uma questão importante: dizer ‘não’ ao nosso parceiro. Há um momento na terceira temporada da série em que Lisboa também não aceita uma decisão do Professor e defende o seu lugar: “Isto poderia parecer algo natural, mas quando falamos, por exemplo, com algumas mulheres do Brasil, elas dizem-nos que mostrar esta ação de dizer ‘não’ ao nosso parceiro e defender o nosso lugar é algo deveras encorajador”.

Percorra ainda a galeria de imagens acima e veja algumas imagens das duas atrizes no decorrer do evento da 6ª edição da Comic-Con.

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Atrizes de ‘A Casa de Papel’ tiveram receio de fazer a terceira temporada