Madeira precisa de “ação urgente” para acabar com violência contra as mulheres

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Fotografia: Shutterstock

A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, afirmou, esta sexta-feira, 26 de janeiro, no Funchal, que os números da violência contra as mulheres na Madeira requerem uma “ação urgente”.

Em 2017, a região autónoma foi a zona do país com maior número de mulheres assassinadas em contexto de violência familiar – cinco no total de 18 ao nível nacional – e, por outro lado, é o segundo território com maior incidência de violência doméstica por cada 1.000 famílias.

“Estes números apresentam-nos um cenário que merecem reflexão e ação urgentes”, disse, vincando que “este é um cenário que revela o drama estrutural e profundo da discriminação” e, por isso, “não admite ações isoladas e não concertadas”, afirmou durante um seminário, onde foi apresentado o relatório do projeto ‘Promovendo a Igualdade nas Comunidades e nas Escolas’, desenvolvido em 2017 pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR/Madeira) e financiado pela secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade.

A governante indicou que do total de 1.084 ocorrências de violência doméstica reportadas pelas forças de segurança em 2016, a Madeira foi a região onde se registou maior número, lembrando ainda que atualmente estão ativas 13 medidas de teleassistência no arquipélago, para além de três casas de apoio às vítimas, com capacidade para 46 pessoas.

Para a secretária de Estado a promoção dos direitos das mulheres implica uma “abordagem multidimensional e estruturante”, o que passa pela implementação de medidas que garantam o enquadramento da igualdade e que não se resumem ao combate direto às situações de violência. A lei da representação equilibrada nas empresas privadas e no setor público empresarial foi um dos exemplos apontados para o empoderamento feminino e como contributo para a inversão de uma cultura de discriminação.

“Acreditamos na paridade como um elemento decisivo de direitos humanos e também como potencial de melhores resultados para as sociedades e para as empresas”, realçou a secretária de Estado, destacando ainda a proposta de lei já apresentada na Assembleia da República para a igualdade remuneratória entre homens e mulheres.

 

Imagem de destaque: Delas com Lusa