Publicidade Continue a leitura a seguir

Mais de 500 crianças e jovens vítimas de violência sexual em 2021

[Fotografia: Anete Lusina/Pexels]

Publicidade Continue a leitura a seguir

Os dados constam do novo relatório CARE, da autoria da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), e indicam um aumento do número de casos de violência sexual sobre crianças e jovens registados em Portugal, entre 2020 e 2021, de 432 para 508.

O documento reúne estatísticas desde 2016 e revela que, ao longo destes anos e até 2021, “foram apoiadas 2.107 crianças e jovens e 206 familiares e amigos/as e, para o efeito, realizaram-se 28.247 atendimentos e diligências – tal remete-nos para uma média de 29 novas situações e 392 atendimentos por mês”.

As meninas e raparigas – oito em cada dez casos – continuam a ser as mais vulneráveis e os agressores são – nove em cada dez – do sexo masculino. “Regista-se ainda que a maior parte das situações continua a ser perpetrada por pessoas da família da vítima (51%); quando tal não sucede, é praticada, sobretudo, por pessoas conhecidas da vítima ou que com ela convivem no seu quotidiano”, lê-se no estudo. Em mais de 50% os casos são reiterados ao longo do tempo e os crimes mais comuns são os de o abuso sexual de crianças (58,9%), abuso sexual de menores dependentes ou em situação particularmente vulnerável (6,9%), atos sexuais com adolescentes (4,2%) e recurso à prostituição de menores (0,8%).

A Rede CARE nasce do Projeto CARE – rede de apoio especializado a crianças e jovens vítimas de violência sexual, que arrancou em 2016 e conta com o apoio e investimento da Fundação Calouste Gulbenkian desde o seu início, contando também com o financiamento da iniciativa Portugal Inovação Social nas regiões do Norte, Centro, Lisboa e Alentejo.

O projeto CARE conta com um Manual de Prevenção Universal – o Programa CARE. Com efeito, a prevenção alia-se à intervenção, pela promoção do treino e aquisição de competências junto de outras crianças e jovens, com vista a diminuir a sua vulnerabilidade à violência sexual e à identificação situações de risco e ação no caso de estas terem lugar.