Marilisa Mesquita ‘crava’ o 25 de Abril com carimbos feitos à mão

carimbo cravo

“Eu já tinha feito um cravo, um desenho original meu, mais pequeno e que tenho usado em ilustrações. Agora, pediram-me um igual mas de maiores dimensões. Acabei por fazer com mais relevo e com cerca de oito centímetros de comprimento”.

É desta forma que Marilisa Mesquita, escultora, de 37 anos, revela como chegou a esta solução que surgiu por encomenda e que servirá para decorar um packaging especial alusivo aos 50 anos do 25 de Abril. “Este cravo maior acaba por ser diferente do meu, é maior e tem mais ‘luzes’ (linhas esculpidas na peça e que resultam depois em folhas brancas no resultado final)”, detalha.

Carimbo atual [Fotografia: DR]
Carimbo atual [Fotografia: DR]
 

Carimbo original [Fotografia: Marilisa Mesquita/DR]

Marilisa Mesquita dedicou-se aos carimbos personalizados há cerca de nove anos, em 2015. “Descobri-os por acaso, não foi nada pensado. Vendia cadernos, mas queria qualquer coisa que os distinguisse sem ser apenas os tecidos com padrões já impressos e que eu usava. Primeiro, comecei a fazer carimbos em EVA [uma espécie de espuma de borracha], fui pesquisando, descobrindo outros materiais e o processo foi-se desenvolvendo”, explica, revelando que aplica a técnica da linogravura para esculpir os desenhos.

Atualmente, revela que tem “feito colaborações com museus e com algumas marcas de artesãos, porque esta é uma forma de terem as suas embalagens personalizadas e também serem mais sustentáveis”. Para lá das encomendas a que responde, por vezes com desenhos que são trazidos pelos próprios clientes, Marilisa Mesquita costuma estar presente em feiras de artesanato com as suas peças e dá também “workhops para crianças e para adultos” nesta arte.

Quanto ao uso destes carimbos, tudo depende das cores que se escolhem. Eles podem ser usados com as “almofadas de tinta que se podem comprar em múltiplos locais”. Mas podem ter outras aplicações como tecidos, paredes, a pele, mas há regras. “No Aquário Vasco da Gama já fizeram um bocadinho essa experiência, que também é possível, mas só é possível se a tinta vier à superfície”.

Veja abaixo alguns detalhes do ‘nascimento’ deste cravo:

Passo a passo do cravo [Fotografia: DR]
[Fotografia: DR]
[Fotografia: DR]