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Morreu o criador de ‘O Boneco de Neve’. Raymond Briggs tinha 88 anos

[Fotografia: SHAUN CURRY / AFP]

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O ilustrador britânico Raymond Briggs, cujo livro O Boneco de Neve fascinou gerações de crianças do mundo inteiro, morreu aos 88 anos, anunciou sua família nesta quarta-feira, 10 de agosto.

“Sabemos que os livros de Raymond chegaram a milhões de pessoas em todo o mundo, que ficarão tristes ao saber desta notícia”, afirmaram os seus familiares em um comunicado.

O Boneco de Neve, um livro de ilustrações com lápis de cor e sem texto publicado em 1978, vendeu 5,5 milhões de exemplares no mundo. Tem como herói um menino que constrói um boneco de neve que ganha vida.

[Fotografia: Divulgação]
Adaptado como um filme de animação em 1982 e apresentado com uma introdução do cantor David Bowie, as imagens e a música estão, desde o início, associados ao Natal.

Raymond Briggs não gostava das festas de Natal e de fim de ano e a sua história não lhe parecia tão alegre. O final melancólico da obra, quando o menino descobre que seu amigo derreteu deixando apenas seu chapéu e cachecol, destaca a fugacidade das coisas. “Não acredito em finais felizes”, declarou Raymond Briggs ao jornal Daily Telegraph, em 2007. “As crianças têm que enfrentar a morte cedo ou tarde… então não adianta nada evitá-la”.

Em 2019, Raymond Briggs abordou a velhice e a morte num livro melancólico (Time for Lights Out). Também colaborou com The Oldie, uma revista criada como uma “alternativa alegre para uma imprensa obcecada por juventude e fama”. “Todos os que eram próximos dele conheciam o seu humor irreverente, que podia se revelar irónico quando se tratava do poder. Gostava do artigo do jornal britânico The Guardian que o descreveu como um ‘tesouro nacional iconoclasta'”, acrescentou o comunicado.

Os livros mais famosos de Briggs são inspirados na vida e nostálgicos da Inglaterra da infância do autor, nas décadas de 1930 e 1940, em Wimbledon, sudoeste de Londres. O trabalho que desenvolveu evoca a história social britânica do século XX e reflete as classes sociais, a educação e a evolução da política.

CB com AFP