Ministra que defendeu que lei da paridade a 33% era “suficiente” vai tutelar Igualdade

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Ana Margarida Balseiro de Sousa Lopes [Fotografia: Leonardo Negrão / Global Imagens]

Em 2018, Margarida Balseiro Lopes considerou em entrevista à Delas.pt aquando da eleição para a liderança da Juventude Social Democrata (JSD) que a então “percentagem de 33,3% constante na lei da Paridade” era “suficiente” para cumprir a representação dos sexos nos cargos políticos.

“O que atualmente existe é suficiente e fala-lhe uma convertida à Lei das Quotas. Contudo, creio que a substituição de mandatos por pessoas do mesmo sexo pode apresentar dificuldades em muitos concelhos, e é essa minha preocupação”, explicou Margarida Balseiro Lopes à data.

Agora, a recém-empossada ministra da Juventude e Modernização vai tutelar a pasta da Igualdade, tendo sob a sua alçada essa secretaria de Estado, nas mãos de Carla da Cruz Mouro.

Recorde-se que, em 2018, a posição de Balseiro Lopes era a de quem considerava que “não se pode cair em extremismos e radicalismos, mas que também não se pode cair em posições preconcebidas e estereotipadas”.

A nova líder da JSD terá apelado – conta a própria à Delas.pt – ao “diálogo sobre estas matérias e à necessidade de não se fechar portas”.

A presidente da “jota” admitiu que houve evolução no “pensamento ao longo dos 10 a 12 anos desde que a lei entrou em vigor”.

Confrontada com o facto de o partido, nos últimos anos, ter reiterado as políticas de autorregulação – e não tanto as quotas – Balseiro Lopes distinguiu: “Sou a favor das quotas na política, mas da autorregulação nas empresas. São universos distintos e, nas empresas, há outros mecanismos que podem ser aplicados para cumprir a paridade. São dois discursos distintos”, referiu.