Arábia Saudita: mulheres de carne e osso têm menos direitos que a robô Sophia

A Arábia Saudita acabou de conceder a cidadania a uma mulher robô, Sophie, tornando-se no primeiro país do mundo a fazê-lo. Esta criação humanóide esteve presente na Future Iniciative Investment, em Riade, onde foi conhecida. “Gostaria de agradecer ao Reino da Arábia Saudita. Eu estou muito honrada e orgulhosa desta distinção única”, declarou.

Um “reconhecimento” que obtém semanas antes de se apresentar em Lisboa. Sim, Sophia, que já foi capa da revista Elle, é uma das oradoras convidadas da segunda edição da Web Summit, com debate marcado para 7 de novembro, às 11h45.

No entanto, todo este processo está longe de gerar consenso. Isto porque Sophie se apresentou numa sala cheia de homens sem qualquer véu ou sem as vestes tradicionais que aquele país exige às mulheres. De acordo com o site Broadly, houve já cidadãs do país a serem presas por partilharem imagens suas nas redes sociais nas quais não cumpriam os preceitos exigidos.

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Na rede social Twitter e com o hastag #Sophia_calls_for_dropping_guardianship houve mesmo quem inquirisse sobre onde estava o guardião masculino (pai, marido ou irmão) de Sophia, e que é exigido por lei naquele território. “Eu quero ser a Sophia e ter todos os meus direitos”, afirmou uma mulher na sua página.

Kareem Chahayeb, jornalista libano-britânico, vincou inclusivamente: “Um robot humanóide chamado Sophia obteve a cidadania saudita, enquanto milhões permanecem apátridas.”

Recorde-se que só há algumas semanas, a Arábia Saudita concedeu às mulheres o direito a conduzir um carro. Uma permissão que só se tornará real em junho do próximo ano.

Imagem de destaque: Hanson Robotics