Mulheres mapeiam os pontos onde se sentem inseguras e o resultado é impressionante

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Tahlia Clark, uma jovem ativista de 23 anos, todos os dias vai na rua a pensar: ‘será que vem alguém atrás de mim? Irei ser assediada? Estão mais mulheres aqui ao pé?’. Provavelmente todas as mulheres se vão identificar com estas inseguranças e dúvidas, especialmente quando andam sozinhas pela cidade.

“Seja nos transportes ou quando estou a ir do trabalho para casa, pergunto sempre a mim mesma estas questões”, contou a jovem à ABC News Austrália. A verdade é que de acordo com um estudo levado a cabo pelo Plan International, existem muitos sítios (demasiados) onde o medo continua a pairar pelo ar, e facilmente exportar exportar este cenário para o nosso país.

No âmbito de um estudo sobre o assédio sexual, a organização deu a algumas jovens de diferentes países o acesso a uma aplicação através da qual poderiam mapear os vários lugares públicos por onde iam passando, podendo identificá-los como seguros ou não. Os resultados foram impressionantes.

Imagem: Plan International
Todos os pontos a cor de laranja são locais que as jovens marcaram como sendo ‘maus’ no que diz respeito ao assédio sexual. A azul, vemos os ‘bons’. Claramente conseguimos identificar um padrão onde se nota uma mancha excessivamente grande de locais onde as jovens não se sentiram seguras.
A amostra foi realizada em cinco cidades: Deli, na Índia; Lima, no Perú; Madrid, em Espanha, Sidney, Austrália e Campala, no Uganda. Ao todo, foram mapeados dois mil lugares e três quartos dos mesmos foram classificados como sendo ‘maus’.
Independentemente do país, existe uma taxa tão alta de experiências de assédio nas ruas. Seja de ser apalpada, ridicularizada, tocada (…)“, afirmou Susanne Legena, presidente da associação que desenvolveu o estudo. “Aparentemente, aguentar disparates e assédio nas ruas, todos os dias, é uma parte normal da vida de uma jovem mulher”, continuou.
Este estudo veio então complementar a informação sobre a taxa de criminalidade, sendo que ainda não tinha sido desenvolvido um sistema que ajude de facto as mulheres a marcar os sítios por onde passam de ‘bons’ ou ‘maus’ consoante a segurança sentida.
https://www.delas.pt/eua-estao-entre-os-10-paises-mais-perigosos-para-as-mulheres/