Mundial feminino. FIFA lança campanha pela igualdade, inclusão e paz, mas deixa LGBT de fora

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[Fotografia: Saeed KHAN / AFP)]

“Em parceria com várias agências das Nações Unidas, a FIFA vai utilizar o Campeonato do Mundo, na Austrália e na Nova Zelândia, para destacar uma série de causas sociais, selecionadas após consulta de parceiros, incluindo jogadoras e as 32 federações participantes”, lê-se no comunicado do organismo que rege o futebol mundial.

Sob a campanha global “Futebol une o mundo”, o torneio vai promover oito mensagens, dedicadas à inclusão e às populações indígenas, à igualdade de género, à paz, ao objetivo fome zero, ao fim da violência contra as mulheres e ao futebol como alegria, paz, esperança e paixão. Estas campanhas e mensagens decorrem de parcerias da FIFA com as agências das Nações Unidas especializadas em direitos humanos, direitos das mulheres, refugiados, educação, saúde e luta contra a fome.

De fora ficam as causas LGBT, que já tinham sido alvo de interdição no Mundial masculino do Catar. Aliás, em março a FIFA comunicava isso mesmo à Federação Alemã de Futebol, que pediu a abertura de uma exceção para a capitã da seleção germânica. Alexandra Popp costuma usar a braçadeira de apoio à causa LGBTQIA+ em provas internacionais e, sendo a Austrália e a Nova Zelândia um pais que respeita esta realidade, tal poderia ser autorizado. Notícias de março davam conta dessa rejeição, mas não foram reveladas eventuais sanções a aplicar.

Audiência esperada de dois mil milhões

Cada das mensagens hoje apresentadas vai ser promovida através dos ecrãs LED em volta do relvado, ecrãs gigantes, bandeiras promocionais nos estádios, nas redes sociais e nas braçadeiras das capitãs de equipa.

Neste capítulo das braçadeiras, depois da polémica no Qatar na competição masculina, as jogadoras podem escolher entre três opções: a dedicada ao ‘futebol une o mundo’ durante todo o torneio, uma dedicada ao tema escolhido durante toda a competição ou a correspondente ao tema da jornada específica.

“O futebol une o mundo e nossos eventos globais, como o Mundial feminino, têm o poder único de unir as pessoas e proporcionar alegria, emoção e paixão”, disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino, citado no mesmo comunicado.

De acordo com o suíço, “o futebol faz mais do que isso”, daí a decisão de “destacar uma série de causas sociais – da inclusão à igualdade de género, da paz ao fim da fome, da educação ao combate à violência doméstica – durante todas os 64 jogos do Mundial”.

“Não é apenas o que se passa dentro do campo. Estamos comprometidos em usar o poder do futebol como uma força para o bem e alavancar as nossas parcerias com as agências das Nações Unidas para alcançar os nossos objetivos. Queremos agradecer às jogadoras e às seleções por partilharem connosco o apoio a estas causas. Juntos podemos fazer a diferença”, referiu Fatma Samoura, secretária-geral da FIFA.

A FIFA calcula que o Mundial2023 feminino vá alcançar uma audiência de dois mil milhões de espetadores em todo o mundo, cerca de 40% do registado no Mundial2022 masculino.

Portugal integra o Grupo E do Mundial, juntamente com Países Baixos, que defronta em 23 de julho, Vietname (27 de julho) e Estados Unidos (01 de agosto).

LUSA