Noctivagas têm 19% mais risco de ter esta doença que as madrugadoras

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[Fotografia: Pexels/ MOntsera Production]

O ritmo de trabalho e a concentração diferem entre as pessoas. E se há umas que conseguem maior rentabilidade noite fora, outras há para quem o dia produtivo só tem lugar se começar bem cedo. Porém, esta escolha está longe de ser simples ou, em muitos casos, saudável.

Segundo a ciência, quem se deita tarde corre mais riscos de saúde, e estes estão agora contabilizados. Um estudo publicado na revista revista Annals of Internal Medicine analisou dados de mais de 63.767 enfermeiras e correlacionou os hábitos de trabalho e horários de sono com a dieta, o peso, o índice de massa corporal (IMC) e consumo de bebidas e tabaco.

De acordo com os resultados, cerca de um em cada nove participantes identificou-se como sendo noctívago, enquanto cerca de 35% relatou ser madrugador. Os participantes restantes foram categorizados como “intermédios”, o que significa que não se identificaram com nenhum dos dois grupos ou mostraram apenas uma ligeira preferência por um face ao outro.

Antes da correlação do sono com os fatores de lifestyle, ter um cronótipo (padrão) noturno estava associado a um risco aumentado de 72% de diabetes. Já depois da análise com outros elementos, o risco continuava elevado – e mais até do que o registado nos madrugadores, cifrando-se nos 19%.

Mesmo depois de controlar os comportamentos de estilo de vida pouco saudáveis, a forte associação entre o cronótipo noturno e o risco de diabetes persistiu, embora reduzida”, afirma, em comunicado, Sina Kianersi, primeira autora do estudo (que pode ler no original aqui). Este especialista do departamento de Medicina de Brigham and Women’s Hospital e a Escola Médica de Harvard, Boston, refere que “os fatores de estilo de vida são responsáveis por uma parte significativa dessa associação” à doença.

Há, porém, um detalhe a ter em consideração. A equipa detetou que o risco de doença era maior junto de quem tem horário de trabalho diurno, mas prossegue à noite. O mesmo não se verifica junto de quem trabalha durante a noite Quando o cronótipo não correspondia às horas de trabalho observámos um aumento no risco de diabetes tipo 2”, refere, pedindo uma análise mais profunda nestes casos, podendo também ser explorados fatores genéticos associados a um padrão com a diabetes, mas também com doenças cardíacas.