Nove em cada dez mães e pais sozinhos passam dificuldades financeiras

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[Fotografia: Pexels/Keira Burton]

Despesas com o carro, alimentação e bens essenciais, férias, cuidados dentários e manutenção das casas são as principais despesas que estão a fazer desesperar as famílias devido ao aumento dos custos. De acordo com os dados revelados pelo barómetro DECO Proteste, 73,8% das famílias portuguesas estão a viver dificuldades financeiras médias e sérias devido ao aumento do custo de vida.

Porém, perante um olhar detalhado e a pedido do Delas.pt, a organização fez as contas para as famílias em que a mãe ou o pai está sozinho e com filhos a cargo. E, aí, os valores disparam.

Quase sete em cada dez agregados (68,5%) nestas condições estão a passar dificuldades e quase duas em cada dez (19,8%) dizem mesmo ser sérias. Neste último capítulo – que inclui restrições severas em pagar as despesas ditas essenciais como mobilidade, alimentação, saúde, habitação, lazer e educação -, as famílias monoparentais com limitações agudas no seu orçamento mensal já são mais do dobro quando comparados com o total dos agregados em território nacional (8% no barómetro).

Valores alarmantes e que se acometem ainda mais sobre as mulheres. Recorde-se que segundo os Censos de 2021, os agregados compostos por mãe sozinha com filhos a cargo fixavam-se nos 496 mil 342 lares (85,6%) face ao número de núcleos de pai com filho, 83 mil 629 (14,4%). Contas finais do Instituto Nacional de Estatística, os lares compostos por um adulto e filhos representava 18,5% do total nacional, quase 1/5.

E se o presente é já negro, as perspetivas estão longe da inversão. Segundo o mesmo estudo, a previsão para a evolução do ano deve fazer soar campainhas, porque o índice para a previsão de capacidade financeira das famílias monoparentais para todo o ano de 2023 aponta para um recuo de mais de ¼ (27,3%) face ao atual, ou seja, estimam-se dias difíceis e privações ainda mais acentuadas.