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Salma Hayek quer baixar os salários dos homens

Salma Hayek defendeu, no Festival de Cannes, que os atores masculinos deveriam aceitar corte no pagamento sempre que vissem que a disparidade salarial para com as mulheres era gritante. Percorra a galeria e veja outras atrizes que têm reivindicado igualdade salarial [Fotografia: Mario Anzuoni/Reuters]
Millie Bobby Brown entrou já na galeria das mais nas atrizes que conquistou um lugar na luta da disparidade salarial, invertendo-a. [Fotografia: DR]
Millie Bobby Brown tão nova e tão à frente do seu tempo! Em dois anos, a atriz britânica - hoje com 14 anos - acaba de conseguir renegociar o seu contrato para a terceira temporada da série Stranger Things sendo a atriz de todo o elenco juvenil mais bem paga.
Jennifer Lawrence, 27 anos, denunciou, em outubro de 2016, a existência de disparidade ao revelar que recebeu bastante menos do que os atores masculinos. “Porque é que eu ganho menos do que do os meus colegas homens?”, perguntou a protagonista de Jogos da Fome, reiterando que, mais do que zangada com a Sony Pictures, estava revoltada com ela própria por ter “falhado como negociadora e ter desistido rapidamente” [Fotografia: Carlo Allegri/Reuters]
Para além de ser mulher, Octavia Spencer, 45 anos, sofria na pele a desigualdade salarial por ser negra. A atriz e produtora de 41 anos Jessica Chastain, reconhecida feminista, ajudou-a, então, a esbater essa diferença através de um acordo contratual definitivo que acabou por ficar em cinco vezes mais o valor inicialmente estabelecido. O filme em causa ainda está em fase de projeto e será produzido pela produtora de Jessica Chastain, Freckle Films. Leia mais sobre este caso aqui.
Ellen Pompeo, protagonista da série Anatomia de Grey, é hoje a atriz mais bem paga da televisão, mas a luta foi longa e, segundo relata a atriz, bastante solitária. Mesmo sendo a sua personagem a dar o nome à série de sucesso, durante anos recebeu menos que o colega de elenco Patrick Dempsey. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Pompeo revelou que o ator que dava à vida ao médico carinhosamente apelidado de 'McDreamy' “nunca se mostrou interessado” em ajudá-la a rever esta desigualdade. Hoje, estima-se que a atriz, de 48 anos, encaixe 20 milhões de dólares (16,2 milhões de euros) por ano.
Robin Wright, de 51 anos, também já pôs os pés à parede. A Claire Underwood de House of Cards revelou, no ano passado, que ameaçou a Netflix de tornar pública a situação de desigualdade salarial em que se encontrava, caso não fosse corrigida. A produtora terá sempre negado a disparidade, mas a atriz, em declarações ao site The Edit, referiu que tal não tinha sido verdade. Atualmente a situação estará resolvida. [EPA/JULIEN WARNAND]
Em março do ano passado, Patricia Arquette, 49 anos, lançou, nas Nações Unidas, a Equal Pay Platform of Champions (Plataforma dos Campeões para a Igualdade Salarial, em tradução livre), com o objetivo de reduzir a diferença que há entre os salários dos homens e das mulheres quando ocupam as mesmas funções. Uma batalha que a atriz foi pioneira a travar ao declarar esta causa como a que mais forças exigia. Estávamos nos Óscares, em 2015.
Maxine Peake, 43 anos, recusou o papel na série assim que descobriu que estava a ganhar “significativamente” menos que o seu colega de elenco John Simm. A estação pública britânica reapreciou o caso, pagou igual montante e a atriz reintegrou o elenco. Na série de 20113, ambos davam vida a um casal
A atriz portuguesa Daniela Ruah abordou precisamente esta questão da desigualdade em entrevista ao Delas.pt. O rosto que dá vida à investigadora policial Kensi Blye em NCIS – Los Angeles era perentória: “Não há dúvida de que há uma discrepância entre o que as mulheres ganham e o que os homens ganham, essa é uma luta que vamos ter que ter”. Releia a entrevista na íntegra aqui.
Natalie Portaman, 36 anos, também não se calou. Em janeiro de 2017, em entrevista à edição britânica da revista Marie Claire, a atriz revelou que para ser protagonista do filme Sexo Sem Compromisso (No Strings Attatched), a par de Ashton Kutcher, aceitou receber três vezes menos que ele. Recorde esta denúncia aqui.

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A atriz de 51 anos quer ver a desigualdade salarial vencida e diz que, para tal acontecer, os homens têm de tomar o pulso a esta matéria e devem aceitar reduções salariais. “Já não se trata apenas dos produtores”, “isto também diz respeito aos atores”, afirmou a atriz durante o debate Mulheres no Cinema, que decorre no âmbito do Festival de Cannes.

“O tempo é agora (numa alusão ao movimento #Time’s Up). Foi uma boa caminhada, mas agora é a altura de ser generoso para com as atrizes”, acrescentou Hayek, que há quatro anos integra este painel e tem sido uma das vozes mais audíveis do #MeToo (ela própria denunciou o produtor Harvey Weinstein) e do #Time’s Up.

Mulheres desfilam pela igualdade salarial em Cannes

“Se os atores pedem remunerações tão inflacionadas, pouco resta para as atrizes. Se o orçamento de filme for de 10 milhões de dólares (8,4 milhões de euros), o ator tem de entender que, se ganhar 9,7 milhões (8,1 milhões de euros), será difícil conseguir depois a igualdade”, disse a atriz ordinária do México.

Em atualização

Imagem de destaque: Regis Duvignau/Reuters

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