Segundo confinamento empurra mais mulheres para pedidos de apoio

Young beautiful woman sitting on the pier enjoying sunset
[Fotografia: Istock]

Mais pedidos de apoio a layoff, mais subsídios a trabalhadores independentes e mais pedidos de apoios à família por encerramento de escolas. Os subsídios extraordinários em tempo de covid-19 foram mais pedidos por mulheres do que por homens e a incidência entre o primeiro e o segundo confinamento aumentou junto do sexo feminino.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, em março de 2020, o que obrigou ao recolhimento em casa, a perdas colossais de rendimento e a pedidos de apoio, é mais alto o número de mulheres que teve de pedir apoios face aos homens.

Sabe-se que elas ainda representam menos de metade da população empregada (49,3%), segundo o Instituto Nacional de Estatística, excluindo destes dados as funções e empregos informais.

Certo é também são elas são quem mais recebe salário mínimo nacional, estando mais vulneravelmente expostas. Recorde-se que, em 2019, o número de mulheres que recebia o ordenado mínimo nacional era 48% superior ao número de homens que obtinha esses rendimentos. Um valor que deve ser agora ainda superior no sexo feminino após a subida do salário mínimo de 600 para 660 euros mensais.

De acordo com os dados fornecidos ao Delas.pt pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o maior aumento percentual de pedidos de apoio feito por mulheres tem lugar no âmbito do layoff, com quase sete em cada dez pedidos a serem submetidos pelo sexo feminino (67%). Em 2020, elas representaram cerca de 54% dos que foram abrangidos por este regime.

O segundo maior crescimento em pedidos de apoios verifica-se junto dos trabalhadores independentes e membros dos órgãos estatutários. Se elas representaram 49,9% dos pedidos em 2020 nesta matéria, este ano a percentagem já subiu pata os 56%. Ou seja, quase seis em cada dez pedidos de apoio partiram de mulheres

Sete em cada dez portugueses no fim da linha são mulheres

“Em média, 57% do beneficiários de subsídio de desemprego em 2020 eram mulheres (em 2019, foram 57,7%). Em janeiro de 2021, representavam 56,4% do total”, refere fonte oficial do ministério. Apesar de tal significar um decréscimo, sabe-se que elas são a menor fatia de poulação empregada e dados europeus também revelaram que elas resgataram metade dos empregos que os homens no verão de 2020, aquando de algum alívio no que diz respeito à pandemia.

E se de um lado este valor parece ser menor, certo é que elas estão a surgir em maior número nas estatísticas dos apoios que foram recentemente lançados para quem já não tem mais rendimentos. Quase sete em cada dez (67%) dos pedidos de apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores foi feito por mulheres.

Este subsídio destina-se a trabalhadores em particular desproteção económica causada pela pandemia da doença COVID-19, englobando trabalhadores independentes que terminem o subsídio de cessação de atividade em 2021e cujas atividades estão sujeitas ao dever de encerramento, os que estão em situação de desemprego involuntário e sem proteção no desemprego e os que tenham registado quebras de rendimento relevante médio mensal superior a 40%.

Mulheres pediram mais apoios por fecho de escolas em 2021

Foram 162 mil as mulheres que, em 2020, pediram apoio à família por encerramento de escolas, o que representou 81% do total de pedidos. Elas, como indicaram as estatísticas do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério, representaram 81% do total de pedidos.

Os pedidos de 2021 são, no global mais baixos, mas a percentagem de mulheres que o fez face aos homens subiu para 82% do total. Um acréscimo que tem lugar numa altura em que o governo lançou uma medida de majoração para os 100% do ordenado base (e não apenas 2/3 dos rendimentos) para todos os pais que equilibrassem entre si o apoio em casa. Porém, o ministério explica que essa informação ainda não está disponível.