Sintomas da hepatite aguda infantil a estar atenta

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[Fotografia: Sigmund/Unsplash]

Os sintomas gastrointestinais são os primeiros a chegar, mas não os únicos. De acordo com informação publicada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) nesta sexta-feira, 6 de maio, e dirigida a médicos, são especificados os sintomas de hepatite aguda em crianças e quais as condicionantes que devem ser cumpridas para que um caso deva ser alertado às autoridades.

Entre a sintomatologia mais comum estão, numa primeira fase, “dor abdominal, diarreia e vómitos”, refere a nota da autoridade. Sinais que chegam antes da apresentação de icterícia – aspeto de pele e olhos amarelados – , “sempre no contexto do aumento da Aspartato Aminotransférase (AST) ou Alanina Aminotransférase (ALT)” (enzimas presentes nas células do fígado)”.

A DGS refere ainda que estes casos de hepatite aguda têm sido detetados em crianças e jovens com idades que “variam entre um mês e 16 anos”, sendo ainda “registada a necessidade de transplante hepático em cerca de 10% dos casos”.

Segundo a informação agora publicada, a definição de caso provável cumpre quatro condições: o doente ter 16 ou menos anos, apresentar hepatite aguda não com origem nos vírus A, B, C, D e E, ser um caso a partir de 01 de outubro de 2021 e ter as enzimas AST ou ALT com valores considerados elevados (acima de 500 UI/L).

Na presença de um caso suspeito, o médico deverá proceder à comunicação ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), uma informação será depois partilhada com a autoridade de saúde territorialmente competente para que prossiga com a realização do inquérito epidemiológico.

Em 28 de abril, o ECDC apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.

Esta informação da DGS surge depois do recente alerta do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surgimento de casos de hepatite aguda em crianças sem causa ainda conhecida registados em vários países.

“O ECDC e a OMS emitiram um alerta de que se encontram em curso investigações em todos os países que relataram casos de hepatite aguda de etiologia desconhecida em idade pediátrica”, adianta o documento da autoridade de saúde.

A OMS registou 228 casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças em 20 países de várias partes do mundo, afastando, por isso, a sua ligação a uma área geográfica específica. Desde os primeiros casos registados no Reino Unido, “são conhecidos pelo menos 228 casos prováveis reportados de 20 países e cerca de 50 estão sob investigação”, adiantou Philippa Easterbrook, especialista da OMS, numa conferência de imprensa em Genebra.

CB com Lusa