“Temos de ter esperança porque o futuro vai sorrir”, diz Andreia Faria, que marcou ao Lyon

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[Fotografia: José Sena Goulão/ Lusa]

No primeiro jogo da história de uma equipa portuguesa nos quartos de final da Liga dos Campeões feminina, Andreia Faria colocou as ‘encarnadas’ na frente, aos 43 minutos. Uma vantagem que não chegou para, no fim da primeira mão, vencer as francesas nesta terça-feira, 19 de março, e perante 19.736 espetadores. O Lyon acabaria por triunfar por 2-1, na Luz, na primeira mão dos quartos de final.

“O lance do golo] Foi por instinto. Consegui perceber que podia chegar à bola e antecipei o passe. Depois nem sequer pensei, foi só correr e manter a calma para definir num momento muito importante para nós e que nos podia ajudar muito”, revelou a atleta em conferência de imprensa no final da partida. Para a futebolista, é claro que “foram duas partes muito distintas”.

“Foi uma primeira parte bem conseguida da nossa parte e uma segunda parte onde acho que foi mais demérito nosso do que mérito delas. Isso acaba por ser mau, mas permite-nos sonhar porque sabemos que, com mais critério, pragmatismo e mais calma em certos momentos, podemos conseguir. Já demonstrámos que temos mais do que qualidade para dar uma boa resposta na segunda mão”, perspetiva.

A treinadora das encarnadas concorda. “Foi um jogo com duas partes um bocadinho diferentes. Uma primeira parte muito boa do Benfica, mas, ainda assim, faltou-nos algum critério a definir o momento do último passe e da transição, variar mais vezes o centro de jogo e ter mais paciência e não tanta ansiedade. Nos primeiros 10 minutos da segunda parte, o Lyon não saiu do seu meio-campo. Condicionámos muito bem o Lyon e, a partir dos 60 minutos, começámos a baixar muito e a ter dificuldade em controlar as referências e em ter bola com critério. A nossa intensidade baixou por falta de critério com bola e acabámos por ter de correr muitas vezes para trás e montar um bloco baixo sem necessidade, o que nos obrigava a mais desgaste e a fazer um jogo que não queríamos. O Lyon sempre conseguia projetar as laterais e fazer cruzamentos, é uma equipa muito perigosa nesse momento”, refere Filipa Patão.

Para a técnica, o Benfica conseguiu “mostrar uma maturidade diferente”. “Falta-nos muita consistência e estar ligadas o jogo inteiro, é o que nos falta para dar o próximo passo. Faz-nos falta ter mais jogos destes no campeonato, que a equipa do Lyon tem constantemente todos os fins de semana. Se não conseguimos tê-los, temos de provocá-los e querer cada vez mais nos treinos, ser mais intensas e competitivas, para podermos criar, dentro do nosso contexto, essa consistência e maturidade que nos falta. É um resultado em aberto, que nos deixa a eliminatória para poder disputar lá, que era o nosso grande objetivo.”

Andreia Faria fala em “orgulho” por estar numa equipa que tem tantos de criação como “se calhar o Lyon tem de vitórias na Liga dos Campeões” e conseguir, ainda assim, “dar este tipo de respostas”. “O que estamos a construir aqui é uma resposta muito positiva e temos de ter esperança, porque o futuro vai sorrir de certeza”, afirmou, no final do encontro na estádio da Luz.

A eliminatória vai decidir-se a 27 de março, às 17.45 horas, em Lyon.

com Lusa