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Theresa May sai a 7 de junho e conservadores escolhem novo líder em julho

Percorra a galeria e fiquei a conhecer uma dezena de detalhes da vida e do percurso da primeira-ministra britânica Theresa May [Fotografias: DR e Reuters]
Tem 62 anos. Nasceu a 1 de outubro de 1956, na cidade britânica de Eastbourne. É casada com Philil May desde 1980
Oriunda de uma família de classe média-baixa, as duas avós de Theresa May trabalharam como empregadas domésticas
Antes de ingressar na carreira política, May trabalhou na área financeira, tendo passado pelo Banco da Inglaterra e tendo sido consultora financeira
Tomou posse como primeira-ministra em julho de 2016, na sequência da saída de David Cameron após convocação de referendo para a Brexit e ter vencido a posição dos que defendiam que o Reino Unido deveria sair da União Europeia
Theresa foi eleita para o parlamento pela primeira vez em 1997, mas o percurso no Partido Conservador começou pela base. Entre 1986 a 1994, foi vereadora no distrito londrino de Merton, tendo liderado diferentes pelouros
Em 2002, foi eleita a primeira mulher a assumir o cargo de chairman do partido, protagonizando um momento de viragem na história dos conservadores
Protestante praticante, a primeira-ministra britânica que defende o casamento entre pessoas do mesmo sexo
Não tem filhos e, numa rara revelação sobre a sua vida privada, falou sobre o sofrimento que teve por não ter conseguido engravidar e de nunca ter pedido ajuda médica para o efeito. “Acredito que devemos simplesmente seguir em frente”, afirmou numa entrevista em 2016
Foi a executiva que esteve mais tempo à frente do Ministério do Interior, cargo que passou a ocupar em 2010. Mas não sem críticas, sobre ela pende o facto de não ter conseguido limitar a entrada de imigrantes no país até um máximo de 100 mil por ano
May tanto faz as suas compras em boutiques de alta costura como em lojas de comércio tradicional. Os colares grandes e junto ao pescoço, bem como os coordenados de azul forte, são uma das suas imagens de marca

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Theresa May teria prometido, em março, aos conservadores do seu partido demitir-se, se eles apoiassem o acordo de saída da União Europeia, conhecido por Brexit. A primeira-ministra britânica anunciou a resignação esta sexta-feira, 24 de maio, que vai demitir-se da liderança do partido Conservador, desencadeando uma eleição interna – que terá lugar até 20 de julho – cujo vencedor vai assumir a chefia do governo.

A demissão da liderança, já avançada pela imprensa britânica, será formalizada na sexta-feira, 7 de junho, para que a eleição comece na semana seguinte. Numa declaração à porta da residência oficial, em Downing Street, a primeira-ministra disse ter feito o possível para convencer os deputados a aprovar o acordo que negociou com Bruxelas para fazer o Reino Unido sair da União Europeia, mas que, “infelizmente”, não conseguiu.

“Tentei três vezes. Penso que fiz bem em persistir, mesmo quando as probabilidades de insucesso eram altas. Mas é claro agora para mim que é melhor para o país que um novo primeiro-ministro lidere esse processo”, acrescentou. May mantém-se em funções até que o partido tenha eleito um novo líder, o que não deverá acontecer até o final de julho, incluindo durante a visita de Estado do presidente dos EUA, Donald Trump, entre 3 e 5 de junho.

Numa primeira fase, os deputados candidatos a líder são sujeitos a uma série de votações dentro do grupo parlamentar até restarem apenas dois, e só depois é feita uma eleição geral com os votos dos militantes do partido.

Enquanto primeira-ministra, não pode renunciar até que esteja em posição de dizer à rainha Isabel II quem esta deve nomear como sucessor. O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson está entre os favoritos para a substituir.

Theresa May, de 62 anos, assumiu o cargo em julho de 2016, pouco depois de os britânicos terem votado a favor do ‘Brexit’ (52%) no referendo de 23 de junho de 2016. Até agora, a líder não conseguiu reunir consenso quanto às condições para a saída da União Europeia entre a classe política, profundamente dividida sobre a questão, como também está a sociedade britânica.

O acordo de saída negociado com Bruxelas foi rejeitado três vezes pelos parlamentares, o que obrigou o executivo a adiar o ‘Brexit’ até 31 de outubro, quando a data inicial era 29 de março, e realizar ainda as eleições para o Parlamento Europeu.

Na terça-feira, Theresa May apresentou um plano de “última oportunidade”, que incluiu uma série de compromissos para tentar convencer os parlamentares britânicos. A tentativa foi em vão, já que o texto foi alvo de uma enxurrada de críticas tanto da oposição trabalhista quanto dos eurocéticos de seu próprio partido, levando à renúncia na noite de quarta-feira do ministro encarregado das relações com o Parlamento, Andrea Leadsom.

O projeto de lei, que Theresa May contava votar na semana de 3 de junho, não aparece no programa legislativo anunciado na quinta-feira pelo Governo aos deputados.

A pressão sobre Theresa May ganhou renovada força após a demissão, a 22 de maio, da ministra dos Assuntos Parlamentares britânica, Andrea Leadsom. Na base deste bater com a porta está o desacordo com o plano da primeira-ministra, Theresa May, para tentar aplicar o ‘Brexit’.

“Não acreditamos que sejamos um Reino Unido verdadeiramente soberano através do acordo que é agora proposto”, alegou a governante demissionária, numa carta enviada à chefe de governo. Leadsom, eurocética e pró-‘Brexit’, foi a finalista vencida das eleições para a liderança do partido Conservador, em 2016, acabando por retirar-se a favor de Theresa May.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Reuters

Quem é Theresa May, a nova primeira-ministra britânica?