O julgamento do ex-Presidente dos EUA Donald Trump sobre o alegado pagamento a uma ex-atriz para ocultar um caso extramatrimonial vai iniciar-se conforme programado, em 25 de março, decidiu um juiz de Nova Iorque, nesta quinta-feira, 15 de fevereiro.
Trump, na corrida pela Casa Branca pelos Republicanos, já reagiu à pronúncia reiterando aos jornalistas: “Estamos aqui por uma coisa que não é crime”.
A decisão anunciada nesta quinta-feira significa que este caso será o primeiro de quatro processos criminais em que Trump está envolvido a seguir para julgamento.
Neste processo, o ex-Presidente é acusado de ter usado dinheiro da sua campanha presidencial de 2016 para pagar o silêncio da ex-atriz protagonista de filmes pornográficos, conhecida como Stormy Daniels, sobre um alegado caso extramatrimonial entre ambos.
Os advogados de Trump já criticaram a decisão de manter a data de início do julgamento para março, queixando-se de que o ex-Presidente terá de ser julgado em Nova Iorque ao mesmo tempo que está em campanha eleitoral nas primárias que escolherão o candidato do Partido Republicano para as presidenciais de novembro.
“É uma interferência total nas eleições”, denunciou o advogado de defesa Todd Blanche, quando Trump se deslocou para o tribunal em Nova Iorque, esta manhã, para ouvir a decisão do juiz.
Ao longo do ano passado, o ex-Presidente atacou Merchan chamando-o de “juiz que odeia Trump”, pedindo-lhe para renunciar ao caso e tentando transferir o processo do tribunal estadual de Nova Iorque para um tribunal federal, mas sem sucesso.
O recente adiamento da data do julgamento – prevista para 4 de março – no caso da alegada interferência eleitoral de Trump, eliminou o principal obstáculo para que este processo em Nova Iorque se iniciasse nas próximas semanas.
Trump também aguarda uma decisão, possivelmente já na sexta-feira, num caso de fraude civil em Nova Iorque, em que é acusado de inflacionar o valor do património das suas empresas.
Se vier a ser condenado neste caso Trump poderá ficar a sujeito a multas de vários milhões de dólares, entre outras sanções.
O juiz Juan Manuel Merchan aproveitou um atraso num outro processo judicial – que decorre em Washington, em que Trump é acusado de conspirar para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 e que ficou suspenso por causa de um recurso da defesa – para justificar o não adiamento deste julgamento.