Uma estrela do design em ascensão

Foi descoberta pelo mundo num palco privilegiado, o seleto grupo Talents da feira Ambiente em Frankfurt de 2016. Das muitas dezenas de candidaturas, Mónica Santos e o serviço Serendipity fizeram parte dos trinta jovens talentos escolhidos a dedo ao redor do globo.

O Serendipity, pouco casualmente, refletia o espírito e a técnica das cores Pantone do mesmo ano, o Rosa Quartzo e o Azul Serenity em gradação de cor, e caiu no goto dos editores da imprensa internacional.

Licenciou-se, ainda no sistema pré-Bolonha, na ESAD e continuou a formar-se em cerâmica na Cearte e na Cencal. Cedo lançou a sua própria marca, em fevereiro de 2015, na Stokholm Furniture & Light Fair.

Iniciar esta marca foi fácil, difícil, médio?

Não foi fácil, mas surgiu naturalmente e foi evoluindo. Após ter trabalhado para várias empresas e ter feito uma estadia fora de Portugal, senti no regresso uma necessidade de fazer algo meu, com os nossos. Pretendia resgatar técnicas manuais em desuso no contexto industrial. Acabei por contactar fabricantes com quem já tinha trabalhado e que amavelmente me deram abertura para explorar as minhas ideias.

Como aconteceu Frankfurt?

Frequento esta feira há vários anos, tendo já conhecimento da plataforma Talents. Trata-se de um concurso anual promovido pela Messe Frankfurt aberto a todos designers e marcas em inicio de atividade. No ano passado arrisquei a sorte, candidatei-me e fui selecionada juntamente com mais 31 participantes de vários pontos do globo.

Como foi lá recebida a coleção Serendipiity?

Foi recebida com grande entusiasmo e curiosidade. Despertou interesse em profissionais de mercados tão diversos como Europa Central, Escandinávia ou a Ásia.

Ficaram positivamente surpreendidos ao descobrir que a produção era portuguesa e admirados pela destreza da pintura manual em gradiente, visto ser uma técnica em que poucas fábricas arriscam. A imprensa acarinhou a coleção, tendo sido destacada pela palete de cores tanto pela revista Wallpaper como pela Vogue Brasil.

Porque se chama assim?

Com esta coleção quis trazer de volta o cariz da inocência. Pretende proporcionar um sentimento de pura felicidade, um encontro com um mundo ideal.

Como correram as vendas?

Durante a feira não se formalizaram encomendas, mas com o tempo começaram a surgir e a crescer pouco a pouco. Ainda tenho um longo caminho para gerar notoriedade.

Que novidades mais recentes tem?

Ainda em processo de desenvolvimento. Estou a trabalhar em acessórios de mesa em mármore e prata, que complementam o set de porcelana Serendipity, mas que funcionem também como entidades independentes.

Onde são produzidos os seus desenhos?

Em Portugal, em fábricas industriais com elevada experiência e que trabalham para as melhores marcas mundiais.

Onde se podem comprar as suas peças?

De momento, apenas na área do Porto, na Loja de Serralves, na Porto Standards, na Manuel Alcino & Filhos, na Loja da Universidade do Porto e na Glamour’arte.

Diga depressa:

Se não fosse designer seria o quê?

Repórter de viagem ou Comprador/Vendedor de objetos vintage.

O que a inspira?

As artes e ofícios em geral, os mercados de antiguidades, a arquitetura modernista, a cultura Japonesa e a Natureza.

O que a aborrece profundamente?

A falta de respeito para com os outros.

O que tem sempre que haver num espaço seu?

Andorinhas Bordallo Pinheiro, mobiliário vintage, música Indie/Folk e muitos tons de verde.

O que nunca pode lá entrar?

Gatos… sou alérgica.

No seu campo de trabalho quem a fascina?

Fernando Brízio, Hella Jongerius e Patricia Urquiola.

www.monica-santos.com