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Wine Advocate rendida aos vinhos portugueses

Procura Branco 2015 (91 pontos). Preço - 20 euros. Feito em vinhas a 700 metros de altitude, é definido pela sua complexidade. O vinho é comparado com o Aventura por compreender traços profundos e precisos.
Sem Vergonha Tinto 2015 (90 pontos). Preço - 20 euros Castelão envelhecido durante 12 meses, cujo nome se deve à “falta de vergonha” da produtora em fazer um vinho à maneira de Borgonha. Vinho muito elegante com boa estrutura e acidez, toque de frescura de verão.
Procura Tinto 2013 (93 Pontos). Preço: €30. Vinho com pontuação mais alta. Fresco mas profundo, é um vinho clássico que apresenta um equilíbrio perfeito e um “maravilhoso toque frutado”.
Aventura Tinto 2015 (90 pontos). Preço: €9,90. Mistura entre Touriga Nacional e Aragonez,é descrito como o “clássico tinto de verão”. Fresco elegante e floral.
Cabriolet Tinto 2015 (92 pontos). Touriga Nacional capaz de, com o decorrer do tempo, ultrapassar o Procura. Frescura e elegância, com fina acidez que suporta o sabor frutado. O crítico diz que “quanto mais o provava, mais gostava dele”. Preço ainda não definido.

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A enóloga Susana Esteban conseguiu colocar cinco vinhos acima dos 90 pontos na famosa Wine Advocate, a publicação do guru mundial Robert Parker. Quem percebe do assunto estará nesta altura de boca aberta. Para quem não faz ideia do que é o mundo dos vinhos, é assim como estar no pódio, obter a máxima classificação num concurso mundial.

O vinho Procura Tinto e Branco obtiveram 93 e 91 pontos respetivamente, o Aventura Tinto, 90 pontos, o Cabriolet Tinto, 92, e o Sem Vergonha Tinto, 90. Estes números foram dados pelo provador de vinhos portugueses da Robert Parker , Mark Squires.

Os vinhos selecionados são todos alentejanos e fazem parte da última aventura desta enóloga que nasceu em Espanha, tirou o curso em Rioja, mas desde que fez um estágio no Douro nunca mais saiu de cá. Nos vinhos, é mais portuguesa que espanhola, sobretudo porque foi sempre em Portugal que fez vinhos – desde que começou a fazê-los. “Sinto-me uma privilegiada de ter trabalhado no Douro, foi fundamental, e agora por poder trabalhar no Alentejo.”

Começou em 1999, na Quinta do Côtto, e esteve depois como enóloga na Quita do Crasto, no Douro. Tem trabalhado desde a vindima de 2007 como consultora em diferentes produtores do Alentejo e em 2011 começou o seu próprio projeto no Alentejo, com os vinhos Aventura, Procura – agora premiados – e Sidecar. Nesse ano ganhou o prémio de Enólogo do Ano, o mais prestigiado premio que um enólogo pode receber em Portugal, sendo até este momento a única mulher a ostentar o título.

No ano passado, Susana Esteban esteve no programa Conversa Delas, na TSF, a propósito de dois vinhos Crochet e Tricot, que fez com a enóloga Sandra Tavares da Silva. Falou da sua carreira e da ligação das mulheres a esse mundo do vinho – que era muito masculino quando ambas começaram. “No início, na vinha, eu tinha duas desvantagens, era mulher e era espanhola”, contava. “E eles faziam o oposto do que eu pedia, porque não se sentiam confortáveis a aceitar ordens de uma mulher, mais nova, e espanhola. Mas nós somos boas em jogo de cintura, eu chamava-os e fazia parecer que a ideia era deles. Tudo isso no início era frustrante.