Alexandra Moura juntou dois lados opostos do mundo

Depois de ter apresentado a sua coleção Outono/Inverno 2017/18 em Londres, Alexandra Moura voltou a dar, esta quarta-feira, 22, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, uma lição de História, mas agora em território nacional, no âmbito do Portugal Fashion. A criadora inspirou-se na conquista de Timor Leste, uma influência muito vincada nos padrões florais das malhas, e no choque cultural entre a faustosa Europa daquela altura e os tradicionais trajes do sudeste asiático.

O recurso a cores quentes de terra e peças que lembram o cruzar das alças dos cestos de arroz tão comuns naquela região são apenas alguns detalhes que a criadora importou para esta coleção. Já a opulência europeia foi traduzida nos tecidos mais ricos e brilhantes com motivos florais, mas também nos detalhes mais românticos como os folhos, desta vez mais curto e energéticos que na coleção de verão de Alexandra Moura.

Marca de estilo da designer, continuam evidentes os moldes largos, as sobreposições, os botões e a manipulação inesperada de materiais, neste caso com destaque para os nós e amachucados.

É de destacar também a abordagem dada aos trench coats, que apesar de apresentados na sua cor clássica, foram cortados de forma completamente nova, passando de uma gabardina intemporal quando todos abotoados, a um casaco repleto de cortes inesperados quando desabotoado. Nos casacos mais uma ressalva para os impermeáveis de penas, também eles com aberturas nos ombros e faixas interiores, podendo ser vestidos de diversas formas.