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10 segredos para viver uma reforma feliz

1. Aplicar as poupanças desde cedo. Um objectivo de investimento passa pela necessidade de começar a poupar cedo, de modo a acumular capital, a investi-lo com regularidade e a minimizar os sacrifícios futuros
2. Investir a longo prazo. Faça um esforço para evitar os investimentos meramente especulativos, nos quais se procura o lucro fácil e rápido. O investimento numa perspetiva de longo prazo assume-se como ponderado, consciente e paciente. Tentar adivinhar variações rápidas de preços não se enquadra nessa estratégia de investimento
3. Evitar o excesso de transações. Deve optar por maximizar a rentabilidade e o valor das suas poupanças com um nível de risco adequado. O mesmo é dizer que se deve reduzir o número de transações ao mínimo indispensável
4. Não alinhar em modas e euforias. Não siga o rebanho. Procure acompanhar os ciclos de subida mas mantenha algum distanciamento, pois isso ira ajudá-lo a evitar as euforias e as depressões dos mercados
5. Criar uma carteira diversificada. Diversificar significa investir numa carteira em que os ativos têm perspetivas de retorno diferentes e independentes uns dos outros
6. Saiba a quem de confiar o seu dinheiro. Não precisa de ser um perito para saber investir o seu dinheiro. No entanto, não é obrigado a geri-lo e pode recorrer a consultores de investimento. Avalie a competência técnica do consultor e o alinhamento de interesses entre si e ele
7. Vender os maus investimentos. A ideia fundamental desta regra passa por investir em ativos (acções ou obrigações) de elevada qualidade numa perspetiva de longo prazo, apesar de toda a certeza que isso implica
8. Investir em classes de ativos. As classes de ativos proporcionam uma boa relação entre o risco e o retorno. Qual é a sua exposição a acções? Qual é o nível de liquidez? Qual é a sua exposição a Obrigações? São perguntas que deve ter sempre em mente
9. Criar diferentes contas. Opte por diversas contas bancárias para os objectivos (fundo de emergência, despesas do dia-a-dia e fundo de investimento). A separação irá permitir a estabilizar a sua carteira de investimentos
10. Assumir os erros. Não existem investidores de sucesso que não tenham tomado más decisões. Quando errar tire as devidas ilações desse facto

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João Morais Barbosa e Luís Alvarenga, autores do livro “Viva uma Reforma Feliz”, da Manuscrito, ensinam as regras de investimento, os melhores produtos, os segredos e as estratégias para atingir o seu objetivo para viver uma reforma feliz. Veja na galeria de imagens as dez dicas.

Leia também a entrevista abaixo onde os especialistas explicam que o sistema de Segurança Social terá de sofrer alterações no futuro, que deverão implicar reduções nos valores a atribuir quando chegar a altura da reforma.

É possível planear uma reforma para que muitos anos sejam passados a viajar e sem preocupações financeiras?
Nós acreditamos que sim, e daí termos escrito este livro. Somos da opinião que com planeamento, com rigor e com algumas estratégias práticas (algumas muito simples) é possível realizar os nossos objetivos. No entanto, temos de conhecer quais são os objetivos, definir quanto temos de poupar e iniciar o caminho, nunca nos esquecendo que quanto mais cedo começarmos o caminho, mais fácil será atingir a meta.

João Barbosa e Luís Alvarenga: “Segurança Social foi um sistema desequilibrado durante demasiados anos.”

Com que idade devo começar a pensar nisso?
Com o atual estado do Sistema de Proteção Público, parece-nos que devemos começar o quanto antes. O início da vida ativa é sempre um bom momento para começar a poupar dado que ajuda a criar hábitos de poupança a longo prazo. Começar cedo permite espalhar o esforço de poupança durante mais meses/anos e aumenta a flexibilidade perante imprevistos.

Quais são os melhores produtos financeiros para planear a reforma?
A resposta a esta questão irá depender de inúmeros fatores, como sendo a nossa idade atual, a idade desejada para a reforma, o montante que queremos acumular e o risco que estamos dispostos a assumir. Tendo estes fatores definidos, poderemos estruturar uma carteira de investimentos que possibilite realizar os nossos sonhos. Neste contexto, na oferta de produtos de investimento de longo prazo, existem diversos planos poupança reforma e seguros financeiros que proporcionam potencial de valorização e têm associada uma taxa de imposto muito inferior à taxa dos restantes produtos pelo que devem ser privilegiados face aos restantes.

Qual a estratégia a seguir?
No livro apresentamos alguns “segredos” e dicas que podem aumentar a probabilidade de sucesso. Destacamos algumas ideias importantes: começar a poupar o quanto antes, assumir riscos calculados e diversificar por produtos que conhecemos e compreendemos. Adicionalmente, definir regras que permitam criar hábitos de poupança. Por exemplo, vemos muitos portugueses que fazem entregas programadas e automáticas para um PPR e acabam por se esquecer e nem dar conta que estão a poupar. Ao fim de alguns anos a poupança poderá ser muito interessante. O foco do “Viva Uma Reforma Feliz” é ajudar a tomar decisões informadas numa perspetiva de investimento para o longo prazo. Aborda no início a definição clara de objetivos financeiros e não financeiros, dois tipos de objetivos que deverão andar muito próximos para garantir que conseguimos ter a reforma Feliz que sempre ambicionámos.

O gestor de conta é o meu melhor amigo?
O gestor de conta é um profissional que tem uma função e objetivos comerciais pelo que nem sempre os interesses do cliente estão alinhados com os do gestor de conta e da instituição que representa. Contudo, é uma pessoa que poderá ajudar a tomar decisões, explicar os riscos e as potencialidades dos vários produtos e estratégias disponíveis. Mas é importante nunca esquecer que, em primeira e última análise, somos nós os responsáveis pelas decisões que tomamos (para o bem e para o mal).

Os autores dizem que os objetivos de reforma podem custar apenas 10 euros por mês. Com esse valor é mesmo possível atingir um valor confortável?
A resposta a esta questão depende de algumas premissas mas, naturalmente, que quanto mais baixa a poupança mensal menor terá que ser a ambição. No entanto, se começarmos a poupar o quanto antes, assumindo o nível de risco adequado aos objetivos e se tivermos a capacidade de criar hábitos sólidos de poupança, é possível viver uma reforma confortável. Devemos considerar, neste contexto, que olhamos para a nossa carteira de investimentos como um complemento à reforma do sistema público de pensões.

Devemos confiar na Segurança Social?
Devemos confiar na Segurança Social mas tendo em consideração que o atual sistema terá que sofrer alterações no futuro e que deverão implicar, em média, reduções nos valores a atribuir. Vivemos num Estado de Direito onde os contratos são cumpridos, no entanto, temos de ser realistas. As regras vão mudar por forma a que o sistema possa ser duradouro e justo para todos os cidadão: os que estão reformados, os que estão a contribuir e os contribuirão no futuro. Infelizmente, a Segurança Social foi um sistema desequilibrado durante demasiados anos pelo que os ajustes são inevitáveis. É preciso um debate político sério e decisões arrojadas.


Sobre os autores:
João Morais Barbosa iniciou a sua carreira no setor financeiro onde desempenhou funções de analista de ações e de gestão de fundos financeiros. Fez uma especialização em Mercados e Ativos Financeiros no ISCTE e uma pós-graduação em Análise Financeira no ISEG. Fundou a Escola de Finanças Pessoais e é co-autor de cinco livros nesta temática. Luís Alvarenga, licenciado em Gestão pela Universidade Nova de Lisboa, esteve sempre ligado ao sector financeiro, em particular à gestão de ativos. É atualmente gestor de fundos de pensões no Banco BPI.