Com cerca de um ano de existência, La Esquina (A Esquina, em tradução literal), é um pequeno jornal com edição em papel que tem vindo a ser distribuído em bares e bordéis e que contempla um especial ‘mural’ para ser lido por todos. Uma iniciativa que conta com a colaboração de trabalhadoras do sexo transexuais colombianas, mas não só.
“A ideia é que o projeto seja inclusivo. Não queremos fomentar a imagem das pessoas que chegam de fora do bairro, que entram e põem em marcha a sua ideia do mundo através de um jornal. Por isso, procurámos maneiras de falar com as mulheres e de as envolver na iniciativa”, afirma Angel Lopez ao jornal britânico The Guardian.
Este cientista político de 23 anos, não trabalha na prostituição, mas é agora, voluntariamente, o editor responsável pelo alinhamento da publicação e que organiza o trabalho em torno deste jornal nascido em julho do ano passado e levado a cabo por um grupo de artistas e ativistas sociais que queria dar voz a um projeto cariz positivo em torno daquela realidade. A iniciativa tem também uma página de Facebook e que pode ficar a conhecer aqui.
“Uma dos desafios que tivemos de levar a cabo foi o de criar o nome. As mulheres que participaram das primeiras reuniões tiveram várias opções, mas no final todas concordaram que La Esquina era o que mais se identificava: a esquina da rua, o lugar onde realizam seu trabalho”, justifica o editor em entrevista ao diário inglês.
O projeto, que conta com reportagens, dicas, saúde, cirurgias plásticas e receitas, é escrito por e para profissionais do sexo colombianas e tem vindo a ser distribuído nas ruas de Bogotá, em particular num dos bairros de prostituição mais violentos, Santa Fé.
O La Esquina é apoiado por duas organizações sediadas no coração desta zona da capital colombiana: a entidade financiada pelo governo, o Centro da Atenção à Diversidade Sexual e de Género (Caids), e a Fundação MovilizArte, que organiza projetos artísticos para profissionais do sexo.
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