8 dicas para definir prioridades para o novo ano e não acabar frustrada… em dezembro

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[Fotografia: Pexels/Negative Space]

“Estabelecer metas já é algo benéfico por si só. E não se trata apenas de uma lista de desejos, a definição de metas é o momento de olhar para a própria vida e refletir sobre os caminhos a seguir e o porquê”, começa por explicar Teresa Feijão à Delas.pt.

A psicóloga e coach psicológica vinca que “a reflexão permite trabalhar o autoconhecimento e o comprometimento com os desejos e ambições. A partir das metas, é possível definir as prioridades e estabelecer pequenos passos para as alcançar”.

Teresa Feijão psicóloga
Teresa Feijão, psicóloga e coach psicológica [Fotografia: Divulgação]
Um modelo cujos efeitos não se esgotam apenas naquele argumento. Há mais, diz! A especialista lembra que “definir metas permite também tomar consciência dos potenciais e das fragilidades e limites individuais e desenvolver a autoconfiança”. Afinal, prossegue, “sabendo quem se é e onde se quer chegar, a probabilidade de desmotivação diminui, tornando-se mais fácil e possível que essas metas sejam cumpridas e alcançadas”.

Mas se assim é, porque é que parece sempre tão difícil cumpri-las e verificar isso mesmo, com alguma desilusão, meses depois? “O principal motivo é a tendência para definir objetivos a longo prazo. E a longo prazo, torna-se mais difícil visualizar os benefícios, perdendo-se o foco e a motivação rapidamente. Somos mais sensíveis a recompensas e respostas imediatas, nomeadamente porque remetem para algo mais possível e concreto”, justifica a especialista.
Se a frustração se instalar, é importante saber lidar com ela. Para a psicóloga é preciso que exista espaço para o erro e aceitá-lo como tal, porém com regras. “Permita-se errar e permita-se lidar com a frustração do insucesso, mas de forma a que tal lhe sirva de aprendizagem para melhorar as suas estratégias de comprometimento com as ações necessárias para cumprir os objetivos para o novo ano e para refletir novamente sobre o quanto continuam a ser importantes para si e redefinir prioridades”, afirma.

A proatividade deve ser reforçada, mas é preciso “reduzir as expectativas quanto a resultados demasiado rápidos”. “Muitas vezes, são essas mesmas expectativas que nos afetam a autoconfiança para avançar, a motivação e a tendência para a procrastinação e o incumprimento. Daí ser também muito importante trabalharmos constantemente a nossa autoestima e autocuidado”, sublinha a coach psicológica. E lembra: “Se a nossa autoestima estiver comprometida, a motivação geral baixa como consequência. Focarmo-nos em trabalhar o otimismo, o autoconhecimento, a autoestima e a autorreflexão constante, permite aumentarmos o nosso potencial de autoconsciência e, mais facilmente, minimizarmos bloqueios e fragilidades, reforçarmos pontos fortes e aumentarmos a consistência, a disciplina e a produtividade.”

Para que tal não aconteça, Teresa Feijão elenca dicas para facilitar o cumprimento dessas resoluções:

“Definir objetivos realistas e possíveis: Definir algo impossível de concretizar, implica lidar com a frustração e a desmotivação. Defina sempre algo que possa ser alcançado, de modo a ser possível delinear ações realistas e consequentemente manter o foco nos resultados a atingir.

Analise a sua lista de objetivos: Os objetivos que define convém que sejam: Específicos – definidos de forma concreta e envolver, para a sua concretização, ações específicas a pôr em prática;
Mensuráveis – os objetivos devem ser definidos de modo a ser possível medir a evolução das ações realizadas para os alcançar e avaliar se cada um deles foi realmente concretizado ou não. Será assim possível avaliar se o seu desempenho está a levar às mudanças que desejava. Mantenha o foco, procurando avaliar o seu desempenho e resultados, pelo menos, semanalmente;
Relevantes – a definição dos seus objetivos deve implicar que o seu esforço será recompensado quando os alcançar e que cada objetivo inclua características que façam sentido para si e para a sua realidade, tendo bastante a ganhar com a sua concretização.
Definidos com datas de concretização – os seus objetivos têm que ter um prazo para serem alcançados. Essa data dá um foco. Sem uma data específica, pode acabar por se desfocar e desmotivar.

Defina objetivos que dependam de si: Definir objetivos que pouco ou nada possa controlar, facilmente levará a desmotivação e frustração. E consequentemente, desistência.

Concentre-se no processo e não apenas no objetivo final: Dê um passo de cada vez, planeie cada ação, valorize e comemore o seu progresso. Isso vai ajudar a manter a motivação e o foco no que se pretende alcançar.

Encare o medo da mudança com otimismo: Tome consciência que as suas desculpas são uma forma de encobrir o medo de avançar para algo que sente como sendo um desafio, o que naturalmente assusta. Mas se realmente o seu desejo de mudança é grande, a única forma de ultrapassar o medo é enfrentá-lo. É normal sentir medo perante uma mudança, mas permanecer na “zona de conforto” apesar de não trazer novos medos, também não trará nada de novo. Se realmente pretende mudanças na sua vida, tem obrigatoriamente que arriscar esse salto; caso contrário, não conseguirá evoluir. E só tentando terá certezas se conseguirá. E só assim poderá alimentar a motivação para fazer mais e melhor.

Não desista perante os erros e a frustração: Errar é humano. O que temos é que trabalhar a nossa atitude perante os erros. Os erros não são mais do que oportunidades de aprendizagem. Dão-nos a oportunidade de voltar a tentar de forma diferente com base na experiência anterior que não resultou e não deverá, como tal, ser repetida de modo igual. Os erros levam naturalmente a sentimentos de frustração. Mas esta frustração abre caminho à mudança e à readaptação, pois implica pensarmos em novas estratégias, diferentes das que levaram à frustração da nossa expectativa inicial, contribuindo para o sucesso e evolução.

Elaborar um plano de ação: Definir objetivos é apenas uma parte do processo, pois sem a definição de um plano de ação, nunca serão alcançados. É importante que o seu plano de ação seja desafiador para si e quanto mais detalhado for melhor será o seu comprometimento com cada etapa do processo. Considere sempre no seu plano os elementos: “O QUÊ”, “COMO”, “QUANDO”, “PORQUÊ”, “ONDE” , assim como os “GANHOS” com os resultados de cada ação (que servirão como estímulos para se manter focado(a)).

Faça acontecer! Após a elaboração do plano de ação, tem que ser persistente para atingir o que tanto quer. Esta é a etapa mais desafiadora, pois é aqui que surgem os “sabotadores”, as desculpas, a preguiça, outras coisas “urgentes”, que nada mais farão do que impedir que se mantenha focado(a). Por isso, muita atenção neste momento. A maioria das pessoas que não consegue concretizar objetivos falha nesta fase porque não agem. A grande chave do sucesso na execução é a capacidade de treinar o cérebro para adotarmos uma nova postura e isso só acontece com treino e persistência. O simples facto de ter o plano de ação detalhado não produz por si só resultados. É imprescindível agir!”