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A igualdade começa em casa em 8 passos

Damos-lhe aqui oito ideias para que o seu marido se comporte como um adulto em casa. São ideias testadas e comprovadas por especialistas: as mulheres reais.
1. Cozinhar. "Quando o Nuno começou a viver cá em casa, esperava que eu cozinhasse. Ele adora comer, eu como qualquer coisa, posso jantar gelatinas e cereais, e por isso não me dispus a cozinhar." Hoje com três filhos, um cão e uma carreira exigente, Sónia, 42 anos, refere: "Já estamos juntos há onze anos e o Nuno cozinha cada vez melhor. O único problema é que entretanto engordei."
2. Arrumar a roupa. "Nós temos um serviço de engomadaria, graças a Deus," confessa Lurdes, 53 anos. "Contratámos este serviço depois de uma tendinite severa que eu tive há três anos. Quando os sacos chegam, eu arrumo a minha roupa, os meus filhos rapazes de 15 e 18 anos arrumam as suas coisas e o meu marido percebeu que não podia fazer de outra maneira. Seria um péssimo exemplo para os miúdos, verdade?"
3. Lavar a loiça. "Eu e o Ricardo somos demasiado mal pagos para vivermos só os dois", diz Rita de 26 anos. "Mas mesmo assim resolvemos arriscar, alugámos um T1 com uma cozinha micro e por isso - e por falta de dinheiro - não temos máquina de lavar loiça. E, como eu adoro ter as mãos sempre impecáveis e é o único luxo que tenho expliquei que não ia lavar a loiça. Eu cozinho, ele lava a loiça. Negócio fechado".
4. Passar a ferro. "Se eu não passo a minha roupa a ferro, porque é que hei de passar a dele?", pergunta Maria de 34 anos. "A nossa solução passa por comprarmos o máximo de roupa que não precisa de ferro. No inverno o João passa os colarinhos e os punhos das camisas e usa pullovers de golas redondas. No verão manda passar a roupa fora, da mesma forma que eu faço. É um pequeno investimento que vale imenso a pena."
5. Vestir os miúdos. "Temos duas filhas, de 5 e 7 anos. E claro que serem meninas foi uma ótima desculpa para o Manel não as querer vestir. 'Não sei vestir collants, não sei por laços no cabelo...' Resultado: passaram a ir sempre de fato de treino para a creche. Contra factos não há argumentos: um fato de treino é um fato de treino. No fim-de-semana eu posso vesti-las mais embonecadas, até é uma coisa que me dá prazer. Nos dias de trabalho, quem estiver mais despachado é quem as veste e normalmente é ele... enquanto eu me maquilho," conta Rute de 40 anos.
6. Limpar a casa. "Tudo corria bem até vir a crise, dispensarmos a mulher a dias e entrarmos nós em crise. Eu tornei-me uma escrava do lar apesar do José ter menos trabalho do que eu, porque a fábrica reduziu os horários para metade," diz-nos Marta de 33 anos. Resolvemos assumir uma rotina de limpezas. Aos sábados de manhã, abrimos as janelas todas, aspiramos, lavamos o chão, mudamos a cama, os turcos, pomos as roupas a lavar e estendemos. Fazemos tudo a meias. Pomos música e até conseguimos ter momentos divertidos."
7. Colocar a roupa suja para lavar. "Eu andei anos a apanhar meias junto à cama, boxers e calças da cadeira do quarto. Nada disto era meu, mas como odiava ter o quarto desarrumado apanhava," conta Joana de 49 anos. "Um dia passei-me e resolvi fazer greve. Não disse nada, simplesmente, deixei amontoar a roupa suja do Luís. Ele não reparou, até chegar o dia em que não tinha nada para vestir... nem cuecas, nem meias, nem nada. Ficámos zangados semanas, mas eu não recuei e ele hoje já sabe o caminho do cesto da roupa suja. Claro que reclama, mas eu finjo que não oiço. Nunca mais apanhei nada."
8. Ir às compras sozinho. "Fazemos a lista em conjunto - vamos escrevendo num bloco à medida que as coisas vão acabando. Sempre fizémos assim, é mais eficaz. Mas quando eu mudei de horário, o Miguel passou a ir às compras sozinho e inevitavelmente ligava-me. Na lista estava escrito bróculos. Se não havia bróculos ligava-me. Na lista estava escrito peixe congelado e ele ligava-me para perguntar se era pescada ou salmão", conta Célia, de 36 anos. "Aquilo irritava-me imenso. Passei a desligar o telefone quando percebia que ele ia ao supermercado. Agora já não preciso de o fazer, ele aprendeu sozinho a comprar as coisas para a casa."

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A igualdade começa em casa. Temos cada vez mais discursos políticos e acordos empresariais sobre igualdade salarial e acesso aos lugares de chefia das mulheres. Já ninguém coloca em causa a capacidade das mulheres para liderar empresas. Então porque é que continuamos a duvidar da capacidade dos homens para liderar as tarefas domésticas? Confesse: quantas vezes é que o seu marido já fez o jantar e só teve críticas para o que ele fez? Quantas vezes foi fazer a cama depois dele a ter feito porque não estava bem? Quantas vezes preferiu que fosse a sua mãe a ir buscar os miúdos à escola para que, quando chegasse a casa, já estarem despachados e com o banho tomado?

Claro que há homens que não sabem, nem querem saber nada sobre tarefas domésticas. Mas entre estes e os que até poderiam fazer mas se encostam não há diferença estatística, e as estatísticas são claras. Um relatório da ONU Mulheres concluiu em 2015 que as mulheres portuguesas faziam quatro vezes mais trabalhos domésticos do que os homens. O relatório ‘Progresso das Mulheres do Mundo 2015: Transformar Economias, Realizar Desejos’ referia que as mulheres fazem em média 302 minutos de trabalho doméstico e de assistência não remunerada a dependentes, enquanto os homens dão apenas 77 minutos à casa. A média é contada por dia, considerando todos os dias de um ano.
Podemos chorar, bramar contra a injustiça, ou então podemos fazer com que as coisas mudem em casa. Não culpe a mãe dele. Não culpe o ambiente machista em que vivemos. Lembra-se do ano em que foram viver juntos e que não parou de ser a dona de casa perfeita? Arrependa-se. E avance! Damos-lhe aqui dez ideias para que o seu marido se comporte como um adulto em casa. São ideias testadas e comprovadas por especialistas: as mulheres reais. Se resultou com elas, provavelmente resulta consigo.