E se a primeira pílula contracetiva oral for o ponto de partida para um debate sobre “Sexualidade e a Revolução dos Cravos”? É o que acontece esta segunda-feira, a partir das 19h, no Museu da Farmácia, em Lisboa, num debate integrado no ciclo “Conversas sobre Sexualidade”, organizada por este espaço.
O objetivo desta discussão, a poucos dias de se celebrarem os 45 anos do 25 de abril, é analisar o impacto da pílula contracetiva nas diferentes formas de sentir e de agir com a sexualidade na sociedade e relacioná-lo com a data da revolução que assinala também a aceitação pública deste método anticoncecional.
Isabel Freire, socióloga e investigadora, Maria Antónia Palla, jornalista e uma das fundadoras da Liga dos Direitos das Mulheres, Maria de Fátima Bonifácio, historiadora e investigadora, e Maria Filomena Mónica, socióloga, escritora e investigadora, são as convidadas para a conversa, cuja moderação caberá a Patrícia Pascoal, presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.
“O Museu da Farmácia possui uma das primeiras embalagens dos anos 60 deste medicamento, o Anovlar, a primeira pílula contracetiva oral, lançada pela Schering. Terá chegado a Portugal possivelmente em 1963, comercializada não como pílula contracetiva, mas como medicamento para regular e aliviar os sintomas desagradáveis do período menstrual das senhoras. ‘Propagou-se’ a partir de 1968, durante a Primavera Marcelista e com um discreto fechar de olhos por parte da Igreja Católica. Mas só com a chegada da democracia, a 25 de Abril de 1974 e a abertura para a sexualidade, a pílula foi encarada publicamente como método científico anticoncecional“, refere a informação do Museu da Farmácia.
O ciclo de “Conversas sobre Sexualidade” é uma iniciativa coordenada por João Neto, diretor do Museu da Farmácia, e Isabel Pires, responsável dos Serviços Educativos da ANF. Conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e da World Association for Sexual Health.
AT
