Bebés nascidos em pandemia têm menos alergias e um microbioma diferente

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[Fotografia: Pexels/Lisa Fotios]

Crianças deverão ser sujeitas a novos estudos quando tiverem cinco anos, mas para já as análises indicam que os bebés nascidos em tempo de pandemia por covid-19 e consequente isolamento social terão precisado de menos antibióticos até ao primeiro ano de vida e indicam ter menos alergias.

O estudo chega da Irlanda, da Universidade de Medicina e Ciências da Saúde, e revela que os recém-nascidos em confinamento apresentavam microbiomas bastantes distintos dos que nasceram antes desse período.

A investigação teve por base a análise de amostras fecais de 351 bebés nascidos nos primeiros meses da pandemia comparando-os a outros que nasceram antes do período de confinamento, dados coadjuvados com questionários online sobre dietas administradas, ambiente domésticos e testes alérgicos feitos ao longo dos primeiros dois anos de vida.

“Apenas 17% dos bebés necessitaram de antibióticos aos 12 meses (em comparação com 80% numa coorte de nascimentos pré-pandémica no Reino Unido), sugerindo uma exposição reduzida a micróbios patogénicos (e provavelmente não patogénicos)”, lê-se no estudo publicado a 29 de fevereiro (e cuja síntese pode ser lida no original aqui), da autoria do pediatra Jonathan Hourihane.

No que diz respeito ao contacto social, a análise indica que “a mediana do número de pessoas que beijaram o bebé nos primeiros 6 meses foi de 3 (incluindo os pais). Além disso, as restrições de isolamento social fizeram com que 25% das crianças não conhecessem uma criança da sua idade até ao primeiro aniversário”.

A investigação irá prosseguir, com o responsável do estudo, Jonathan Hourihane, a antecipar que espera “reexaminar estas crianças quando tiverem cinco anos para ver se há impactos a longo prazo destas mudanças interessantes no microbioma intestinal inicial”