Botox e ácido hialurónico. Dois passos essenciais para escolher bem antes de um procedimento estético

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“Quer a toxina botulínica, quer os preenchimentos com produtos injetáveis, como o ácido hialurónico, estão entre as queixas mais comuns relativas a procedimentos estéticos”. Quem o adianta é o presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética ao Delas.pt, Júlio Matias.

Uma confirmação feita esta segunda-feira, 9 de maio, pela Ordem do Médicos, que revela estar a receber cada vez mais queixas em procedimentos estéticos e, também, de médicos. De acordo com o jornal Público, a maioria dos visados das queixas não são de dermatologistas ou cirurgiões estéticos ou dermatologistas, como adianta a presidente do Conselho Disciplinar Regional do sul daquela entidade profissional. Fátima Carvalho, homóloga a Norte, revela mesmo que o aumento se começou a notar o ano passado e que existem queixas de múltiplos níveis, desde “os resultados obtidos aquém das expectativas” a possíveis “dismorfias complexas”.

Júlio Matias explica, por isso, o que deve ser acautelado na hora de escolher um profissional que faça tratamentos antienvelhecimento desta natureza e sem surpresas desagradáveis.

Júlio Matias, cirurgião plástico e presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética [Fotografia: juliomatias.com]
Júlio Matias, cirurgião plástico e presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética [Fotografia: juliomatias.com]
O presidente da SPCPRE fala em dois passos essenciais. “A primeira coisa a verificar é se estamos perante um médico ou não. Por isso. É importante pedir o nome e procurá-lo no site na Ordem dos Médicos; de seguida, se forem aconselhados a fazer um tratamento de superfície, os pacientes devem informar-se sobre quais as máquinas autorizadas ou não e pedir aconselhamento médico”, explica ao Delas.pt. Neste caso, é importante vincar que é o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde que faz também a verificação dos dispositivos autorizados.

Já relativamente à questão de as queixas estarem a visar médicos, Júlio Matias reitera a importância se procurarem os especialistas. “Em primeiro lugar, devem ser médicos, à luz da legislação atual, e com uma especialidade como a cirurgia plástica ou dermatologia, ou alguma especialidade afim. Sabemos que quanto mais alto o nível de preparação, mais elevada a segurança”, justifica.

À margem desta matéria, Júlio Matias revela que estão a ser trabalhadas duas frentes no que diz respeito à medicina estética e aos tratamentos em causa. “Há vários movimentos já criados para abordar a fundo os dois problemas que existem nesta matéria: por um lado, atos realizados por não médicos, com utilização de produtos e medicamentos que precisam de prescrição por pessoas não médicas; por outro, um problema mas difícil de abordar, a situação eventualmente da especialização ou não e da definição do ato médico nos procedimentos de estética”, enumera.

O presidente da SPCPRE vinca tratar-se de “processos que são sempre muito lentos, requerem muito amadurecimento e sensibilidade para um problema tem vindo a aumentar”. Uma questão que, conclui, “a generalidade das pessoas com responsabilidade já estão bastante cientes da necessidade de legislação específica”.