Ser canhoto pode ser resultado de variante genética rara

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[Fotografia: Pexels/Johm Diez]

A característica de ser canhoto ou destro depende do hemisfério cerebral dominante, mas pode também estar associada, no caso dos esquerdinos, a variantes raras de um gene envolvido na formação de células, aponta um estudo.

A investigação publicada esta terça-feira, 2 de abril, pela Nature Communications centrou-se no estudo de diversas genéticas raras, que afetam menos de 1% da população, e se estas poderiam de alguma forma influenciar a preferência pelo uso da mão esquerda.

Cerca de 10% das pessoas são canhotas, o que ocorre quando o hemisfério direito do cérebro é mais dominante no controlo dessa mão, enquanto é o hemisfério esquerdo no caso dos destros.

As assimetrias cerebrais que levam à dominância das mãos desenvolvem-se cedo na vida e indicam que é provável um envolvimento genético. Estudos anteriores já encontraram diversas variantes genéticas comuns associadas aos canhotos.

Neste caso, uma equipa de investigadores neerlandeses procurou variantes genéticas raras que também pudessem estar associadas, para as quais analisaram dados do genoma de 38.043 canhotos e 313.271 destros, do biobanco do Reino Unido.

O estudo sugere que o gene TUBB4B tem 2,7 vezes mais probabilidade de conter variantes de codificação raras em pessoas canhotas.

No entanto, ao nível da população, a heritabilidade de ser canhoto devido a variantes de codificação raras revelou-se baixa, ligeiramente inferior a 1%, de acordo com a investigação.

O gene TUBB4B está envolvido na codificação dos microtúbulos, que fazem parte do citoesqueleto, a estrutura que dá forma às células.

LUSA