Campeã mundial de kickboxing faz rifas para conseguir ir revalidar o título. Eis Francisca Cardoso

Francisca
Francisca Cardoso [Fotografia: DR]

“Infelizmente não há verbas para outros desportos que não o futebol. Os atletas têm de ter as suas próprias verbas”, lamenta Francisca Cardoso à Delas.pt, de 24 anos, e que compete há dez, desde os 14.

Sendo campeã mundial da modalidade em título, na categoria de -65Kg, lançou rifas solidárias para poder angariar dinheiro que a coloquem Inglaterra, a partir de 18 de outubro, para poder revalidar o título que conquistou em 2022, mas também em “2019, 2018 e 2017”, como especifica em entrevista.

Francisca Camacho [Fotografia: DR]

“No ano passado foi igual, consegui ir porque lancei uma campanha de crowdfunding e, através desse valor e de patrocínios, consegui ir competir e vencer na Turquia”, explica, onde compareceram, adianta ainda, 70 atletas portugueses desta modalidade.

E se este ano o sorteio terminava no sábado, 30 de setembro, Francisca alargou o prazo para poder angariar mais dinheiro e revelará o resultado dentro de “duas semanas” e onde ele corre: no Instagram. O valor de cada rifa solidária é de dez euros, mas são aceites outras contribuições monetárias.

[Fotografia: Captura de ecrã/Francisca Cardoso]

Os prémios são uma Hoddie, uma T-shirt e uma garrafa da Associação Kickboxing Fernando Paulo, a mesma pela qual Francisca é atleta e treinadora. “Sou formada em treino desportivo com especialização em kickboxing temos quatro espaços: nas Caldas da Rainha, Leiria, Nazaré e Benedita”.

“Nunca fui convidada a ir a Belém”

Apesar dos títulos mundiais, Francisca Cardoso diz nunca ter sido convidada a ir ao Palácio de Belém, onde frequentemente os atletas recebem condecorações do presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. “Não, nunca fui convidada para ir a Belém. Temos de lutar por mais visibilidade, tem de haver mais procura de outros desportos e outra aposta por parte dos meios de comunicação a divulgá-los”, pede a kickboxer.

Francisca Camacho [Fotografia: DR]

Se revalidar o título, Francisca espera, “honestamente, sempre por mais, e que se abram novas portas, novos apoios”, afirma. Para já, com o que conquistou, considera que “já se abriu algum reconhecimento para o kickboxing”.

“E algumas oportunidades no estrangeiro, convites para combate, é aí que posso fazer algum dinheiro”, revela a atleta que começou no desporto “aos 14 anos”. “Éramos cinco filhas e o meu queria que todas treinassem, até por defesa pessoal. Sou a única que se mantém na modalidade”, explica.