Chouriço com algas? Sim, a ideia chega da Figueira da Foz

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[Fotografia: Rui Manuel Fonseca/Global Imagens]

Um novo chouriço tradicional de Quiaios, freguesia do norte do município da Figueira da Foz, alia a inovação à alimentação saudável, reduzindo o teor de sal, ao utilizar, na sua produção, macroalgas e plantas halófitas.

O laboratório Marefoz da Universidade de Coimbra (UC) explicou que o projeto Investigação e desenvolvimento da utilização de macroalgas e plantas halófitas na produção de chouriço tradicional consiste na produção de chouriço tradicional de Quiaios “sem fosfato e com teor reduzido de sal, utilizando como substitutos macroalgas e plantas halófitas”, sendo uma das mais conhecidas a salicórnia.

Os investigadores do Marefoz alegaram, no comunicado, que, desta forma, se obtém um produto “mais saudável para o consumidor, sem perder o aspeto, textura, sabor e cheiro do chouriço tradicional”.

O projeto, promovido pela empresa Cevadas – Casa de Carnes do Ervedal, em parceria com o Marefoz, venceu agora um prémio nacional de inovação, atribuído no concurso S4Agro — Soluções Sustentáveis para o Setor Agroindustrial.

Citada na nota, Vitória Abreu, proprietária da Cevadas, afirmou que a gama de produtos a desenvolver com este projeto apresenta um elevado potencial de inovação, especificamente pela aposta na autenticidade e qualidade de um produto tradicional, enquadrado no conceito de alimentação mais saudável e original e pelo recurso a novas matérias-primas, nunca exploradas nesta indústria – macroalgas e plantas halófitas”.

Já o Marefoz considerou a colaboração com a Cevadas como “um exemplo de uma parceria de sucesso”, referindo que a colaboração “nasceu da capacidade de a empresa identificar oportunidades no que se refere à aproximação do setor da charcutaria tradicional às tendências de consumo atuais”.

Essas tendências passam pela “resolução da problemática do teor de sal na charcutaria tradicional”, conceção de um novo produto “com características saudáveis no que diz respeito à utilização de aditivos emulsionantes sintéticos” e, entre outras, a introdução de um produto de charcutaria “num nicho de mercado reservado aos produtos saudáveis”.