Cirurgiões: para o mesmo erro, elas são mais punidas do que eles

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link_MeghanAs diferenças salariais entre homens e mulheres não são uma novidade. Os últimos dados divulgados pelo Eurostat, no mês passado, revelaram que em Portugal os homens ganham mais 17,8% do que as mulheres, uma diferença acima da disparidade salarial média na União Europeia, que é de 16,3%. No entanto, segundo um novo estudo da Universidade de Harvard, nos EUA, não é só no que diz respeito ao salário que a disparidade de género se verifica. Na medicina, as cirurgiãs são mais punidas do que os cirurgiões, exatamente pelos mesmos erros.

“Depois de um bom resultado com um paciente, o prestígio aumenta mais para um cirurgião do que para uma cirurgiã, mas o prestígio baixa mais para uma cirurgiã do que para um cirurgião após um resultado mau. Fiquei surpreendida com a persistência deste efeito”, explicou Heather Sarsons, uma das responsáveis pelo departamento de economia da universidade.

Sempre que um paciente morre durante uma operação, o cirurgião verifica apenas uma estagnação no prestígio, enquanto as cirurgiãs veem o seu prestígio diminuir cerca de 54%. Para Anupam Jena, professor da Universidade de Medicina de Harvard, este estudo foi “extraordinariamente inteligente”.

Contudo, as diferenças de género são transversais a várias áreas. No início deste ano a BBC, emissora pública de rádio e televisão do Reino Unido, revelou um relatório onde foi possível verificar que os homens na empresa estavam a ganhar, em média, mais 9,3% do que as mulheres e que apenas um terço das estrelas que melhor recebiam no canal pertenciam ao sexo feminino.


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