Mais do que convencer quem quer que seja, o incentivo deve ser o caminho. Se sente que o seu companheiro não está bem e que já não o consegue ajudar, então pode procurar novos caminhos.
Porém, só o deve fazer depois de procurar responder primeiro a si própria a algumas perguntas. Pelo menos é isso que advogam as psicólogas e terapeutas Morgan Pommells e Xiomara Arrieta. Questões como ‘É para o bem dele?’ ‘Por egoísmo seu em querer mudar certos comportamentos?’ ‘O seu parceiro está numa fase realmente difícil e isso pode comprometer a saúde mental e o relacionamento?’
De acordo com as terapeutas, não devemos tentar convencer o nosso parceiro, e sim incentivá-lo, já que não queremos oprimir, mas sim ajudar. Com isso, podemos recomendar a ajuda que consideramos necessária da seguinte forma:
É essencial fazer o read the room (‘perceber o ambiente’ em portguês), ou seja, encontrar um momento em que o companheiro esteja apto a receber recomendações. Por isso, nunca o faça durante uma discussão, tal só vai contribuir para o estigma associado a terapia por ser ‘doente’, o que não é necessariamente verdade. Recomendam-se, antes, “frases empáticas” que as terapeutas sugerem, como “Notei que…” ou “Estou preocupada contigo nesse aspeto…” O que também pode ser relevante é usar exemplos em que o parceiro demonstrou alguma dificuldade na sua saúde mental, seja na insegurança, na ansiedade, em comportamentos ou o que for.
Mas e se o parceiro, depois de todas essas tentativas, ainda não aceitar ir à terapia?
É necessário perceber que, “após várias conversas, deve considerar o que é melhor para si” refere Arrieta. É o momento de “estabelecer os seus limites para com o parceiro e cuidar de si mesma”, recomenda.
Em último caso, “se o comportamento está a causar uma turbulência significativa e ele continua a recusar-se a fazer terapia, é tempo de perguntar a si mesma se este é um relacionamento que pode ser mantido na forma em que se apresenta”, alerta Pommells.