Óleo de fritar reutilizado traz malefícios para o seu cérebro… e para o dos seus filhos

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[Fotografia: Pexels/Dzenina Lukac]

E se o óleo de fritar que reutiliza – e não devia – para submergir os alimentos e os cozinhar estiver a fazer aumentar a neurodegeneração do cérebro. Cientistas encontraram níveis de mais elevados de degradação das células neuronais em ratos de laboratório que foram sujeitos a alimentação frita e com óleo reutilizado. Um problema que, ao que a equipa concluiu, acaba por passar de geração em geração, tendo sido identificada nos filhos destes ratos.

De acordo com o estudo, que quer agora avançar para a análise dos efeitos do óleo de fritar reutilizado em doenças como Alzheimer e Parkinson, ansiedade, depressão e neuroinflamação, este processo degenerativo tem por base a comunicação entre o fígado, o intestino e o cérebro, uma trilogia que é fundamental para a regulação de funções fisiológicas e que revela estar associada a distúrbios de natureza neurológica.

Para chegar estas conclusões, a equipa da Universidade de Tamil Nedu, Índia, dividiu a população de roedores de laboratório em cinco grupos, sendo que cada um deles recebeu apenas comida padrão ou comida com 0,1 ml por dia de óleo de gergelim não aquecido, óleo de girassol não aquecido, óleo de gergelim reaquecido ou óleo de girassol reaquecido por 30 dias.

Os grupos que ingeriram óleos de gergelim ou girassol reaquecidos apresentaram aumento do stresse oxidativo e inflamação no fígado, danos no cólon e posterior neurodegeneração. “O metabolismo lipídico do fígado foi significativamente alterado e o transporte do importante ácido ómega-3 do cérebro, DHA, foi diminuído, o que resultou em neurodegeneração”, afirmou o professor de biotecnologia Kathiresan Shanmugam em declarações aos media.

Os fritos em altas temperaturas têm sido associados a vários distúrbios metabólicos, mas não houve investigações de longo prazo sobre a influência do consumo de óleo frito e seus efeitos prejudiciais à saúde”, acrescentou, vincando que “a suplementação de óleo frito a longo prazo aumenta a neurodegeneração na prole da primeira geração.”