Em noite de surpresas, “Bohemian Rhapsody”, filme biográfico centrado na vida do músico Freddie Mercury, foi o grande vencedor da 76.ª edição dos Globos de Ouro, ao arrecadar dois dos mais importantes prémios, incluindo melhor filme.
Numa cerimónia marcada por poucos comentários políticos, “Roma”, o drama semi-autobiográfico de Alfonso Cuarón, foi eleito melhor filme estrangeiro. A obra filmada a preto e branco na cidade do México valeu a Cuarón o prémio de melhor realizador.
Rami Malek, que dá vida à lenda dos “Queen”, foi eleito melhor ator, categoria para a qual estava nomeado Bradley Cooper, realizador e protagonista de “Assim Nasce Uma Estrela”, um dos filmes derrotados da noite. “Obrigado a Freddie Mercury por me dar a alegria de uma vida” disse Rami Malek, ao agarrar a estatueta que o distinguiu num filme do produtor e realizador norte-americano Bryan Singer.
Outra das surpresas aconteceu no prémio de melhor atriz: venceu a veterana Glenn Close, em “The Wife”, no papel de mulher de um Nobel da Literatura. A também cantora Lady Gaga era apontada como favorita ao galardão, pela sua atuação em “Assim Nasce Uma Estrela”.
Regina King venceu o prémio de melhor atriz secundária em “A Favorita” e Mahershala Ali o prémio de melhor ator secundário em “Green Book: Um Guia para a Vida”, do realizador Peter Farrelly, filme distinguido nas categorias de melhor comédia ou musical e de melhor argumento.
Um ano depois do discurso de Oprah Winfrey contra “os homens poderosos e brutais”, em pleno desenvolvimento do movimento #MeToo, esta edição não ficou marcada por comentários políticos, pelo menos até Christian Bale subir ao palco para receber o prémio de melhor ator em comédia ou musical, pela sua performance em “Vice”, de Adam McKay. “O que acham? Mitch McConnell a seguir?” brincou o ator nascido no País de Gales, referindo-se ao líder da maioria do Senado norte-americano. “Obrigado a Satanás por me dar inspiração para este papel”, acrescentou. Olivia Colman foi distinguida como melhor atriz na mesma categoria.
No campo televisivo, “The Americans”, que retrata a vida de dois espiões russos nos EUA dos anos 1980, foi eleita a melhor série dramática, na sexta e última temporada, enquanto a melhor série de comédia foi “O Método Kominsky”.
[Imagem de destaque: Reuters]