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Cristina Ferreira: “Pior do que ir e voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar”

Percorra a galeria e conheça as duas dezenas de factos e detalhes que deve saber sobre Cristina Ferreira, a mulher que está a protagonizar a transferência televisiva do ano [Fotografias: Instagram]
Vai para as manhãs da SIC em janeiro de 2019, podendo começar a trabalhar ainda antes. Cristina vai rivalizar com o companheiro de sempre, Manuel Luís Goucha, da TVI.
Estima-se que vá ganhar 80 mil euros por mês e o salário deverá ter uma parte variável que depende do auditório conquistado. Na TVI, estava a contrato de exclusividade e auferia cerca de 38 mil, contando ainda com ajudas a produções de projeto. Em Queluz de Baixo, era diretora de conteúdos não informativos. Agora, vai para Carnaxide no papel de consultora da direção-Geral de Entretenimento, trabalhando ao lado do recém-nomeado responsável Daniel Oliveira
Só na conta de Instagram que detém, @dailycristina, o rosto do pequeno ecrã soma mais de 752 mil seguidores. E, segundo as contas feitas pelo site Influencer Marketing Hub, que analisa o valor gerado pelo tráfego das últimas 12 publicações, os ganhos estimados por post estão entre 1500 e 2600 euros.
As contas atrás referidas não incluem, por exemplo, o Facebook, onde Cristina soma mais de um milhão e 700 mil seguidores[Fotografia: captura de ecrã/Bolsa de Lisboa]
Em 2017, o canal deposita, então, as esperanças em Cristina Ferreira e no concurso Apanha Se Puderes. Qual toque de Midas, a apresentadora fez o que nem Teresa Guilherme, nem novelas, nem a própria Cristina com os vídeos das entrevistas publicadas na revista conseguiram: ganhar o horário, recuperar a herança da novela Morangos com Açúcar e bater o histórico Preço Certo, da RTP1
Em novembro de 2016 revelou, com estrondo, que tinha sido vítima de assédio por parte de um colega da TVI. “As flores indicavam uma óbvia tentativa de conquista. As palavras mansas acusavam um objetivo claro: ele queria comer-me. Não há outra expressão que melhor defina o que ele queria”, escreveu na autobiografia Sentir. A identidade do agressor nunca foi revelada [Fotografia:Nuno Pinto Fernandes]
2015: um tabu, um suspense: era, afinal, a revista homónima. Cristina estreou-se em banca em março desse ano e tinha na capa Marcelo Rebelo de Sousa, ainda não como Presidente da República. Vendeu 100 mil exemplares no primeiro número. Hoje, segundo o Bareme, regista uma circulação média paga de 38 mil exemplares
No verão de 2013, estreia-se a solo num dos mais cobiçados e valiosos horários da televisão nacional: domingos à noite. Cristina era a anfitriã de Dança Com as Estrelas, talent show em que famosos mostravam os seus dotes. Um arranque marcado por uma tragédia, quando o toureiro José Luís Gonçalves dava uma queda nos ensaios que o poria em coma e frente a uma lenta recuperação que ainda decorre
Em maio de 2013, e depois de um clima de tabu e suspense, Cristina Ferreira lança o blogue Daily Cristina, uma plataforma que a catapultaria decididamente para o estrelado fora da TV e no mundo dos negócios. Um ano depois tinha meio milhão de visitantes por mês e três milhões de visualizações
Em abril de 2006 abria uma loja de roupa multimarca na Malveira, a Casiraghi Forever. Um local onde era possível encontrá-la com frequência, sobretudo à tarde, após a apresentação do Você na TV
Em 2017 e 2018, Cristina foi eleita a mulher mais influente de Portugal, pela revista Executiva. Em maio deste ano, a revista Sábado elegia-a como uma das 50 mulheres mais poderosas do país, ao lado de nomes da política, da justiça, da economia e da cultura
A consagração começaria a 13 de setembro de 2004, dia em que se estreou ao lado de Manuel Luís Goucha, nas manhãs de Você na TV. Juntos conquistaram uma liderança que esteve, durante anos, nas mãos da SIC. Agora, 14 anos depois está de saída e a TVI está a negociar com Cristina no sentido de não voltar mais em direto ao pequeno ecrã da estação ainda que o contrato termine no fim de novembro
A estreia oficial acontece em 2003, nos diretos associados ao reality show Big Brother. Mas, antes, a atual empresária tinha sido repórter estagiária no programa Olá Portugal, já então conduzido por Manuel Luís Goucha
Cristina Ferreira estagiou três meses como repórter na RTP1, no programa Regiões, atual Portugal em Direto
Licenciada em História, Cristina Ferreira chegou a dar aulas no Ensino Secundário. Fez depois curso em Comunicação Social, tendo sido também aluna numa formação especial para apresentadores, na extinta Universidade Independente, concebido por Emídio Rangel, em 2003. Nessa condição, Cristina teve como professores, entre outros, Júlia Pinheiro
Cristina Maria Jorge Ferreira nasceu na Malveira, a 9 de setembro de 1997. Está em vésperas de completar 41 anos
De origens modestas, Cristina Ferreira é a única filha de António e Filomena, feirantes na terra que a viu nascer. Origens que a apresentadora nunca renegou, bem pelo contrário
Teve um namoro de fim da adolescência com António Casinhas, que durou 15 anos. Hoje está separada dele - com quem, aliás, nunca se casou - mas tem um filho em comum, Tiago, de 10 anos

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O silêncio de Cristina Ferreira, 40 anos, sobre a sua própria transferência milionária – da TVI para a SIC – vai sendo quebrado aos bocadinhos e enquanto não terminam as negociações já longas com Queluz de Baixo e tendo em vista a rescisão. Na noite de quinta-feira, 23 de agosto, a apresentadora, voltou a escrever um post na sua conta de Instagram e na qual republica um excerto da sua autobiografia Sentir que, de alguma forma, vem já explicar a surpreendente e bombástica decisão que tomou.

“Não gosto de demorar muito tempo a tomar decisões. Deixo à sorte, muitas vezes, o papel de boa conselheira. ‘Quem muda, Deus ajuda.’ O ditado é antigo e confio nessa sabedoria para fazer o meu caminho”, lê-se no início da mensagem. E, na verdade, as negociações para a ida para a SIC em janeiro de 2019 duraram cerca de um mês, no âmbito de um contrato cujo salário irá ter uma parcela variável e ligada diretamente ao auditório e à vitória sobre o rival Manuel Luís Goucha nas manhãs, tal como o Delas.pt tinha avançado ontem ao início da manhã.

Na hora que a empurrou para a mudança, Cristina recuperou uma história do livro que publicou em 2016 e que agora ganha novo sentido. “Há pouco tempo, um primo dizia-me que aos 40 não se muda. Que um emprego de 18 anos se mantém, mesmo que não nos dê felicidade. ‘Talvez até nem saiba fazer mais nada.’ Este conformismo deixou-me a pensar. Sabemos nós desta vida que a outra ninguém ainda conseguiu provar. Porque nos habituamos a uma vida que não é a nossa quando podemos escrever a nossa própria história e emprestar-lhe vários capítulos? Talvez seja loucura o risco. Talvez os filhos nos acrescentem medo ao futuro. Mas é preciso ultrapassar esse medo”, escreve a apresentadora, que tem um filho de dez anos, Tiago.

Cristina Ferreira deixa a TVI e vai para as manhãs da SIC em janeiro de 2019

E, no momento em que se despede, a apresentadora escreve ainda: “Pior do que ir e ter que voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar”. Ainda no mesmo texto admite que “talvez seja esta a mais dura batalha da vida. Nos últimos tempos tenho pensado muito nisso. Têm-me assaltado os medos de uma escolha difícil. E, ao mesmo tempo, tenho a certeza de que, aconteça o que acontecer, fui. Há dúvidas que me assombram. Mas estou certa de que não me perdoaria”.

“Pior do que ir e ter que voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar”

Na galeria acima conheça duas dezenas de dados e factos que tem de conhecer sobre Cristina Ferreira, a mulher de quem se fala e que tem em mãos a difícil missão de devolver o élan de outrora à SIC e de reconquistar as audiências matutinas e não só, recuperando a herança de outros tempos de vitória.

Imagem de destaque: Instagram

Leia abaixo o post na íntegra:

SENTIR, página 193, escrito há dois anos

ESCOLHAS

Todos nós fazemos escolhas diárias. Mas há umas tão importantes que sabemos que nos podem mudar a vida ou o seu rumo.

Não gosto de demorar muito tempo a tomar decisões. Deixo à sorte, muitas vezes, o papel de boa conselheira. «Quem muda, Deus ajuda.» O ditado é antigo e confio nessa sabedoria para fazer o meu caminho. Não costumo olhar para trás depois de decidir. E volto a uma frase do meu pai que me estruturou o pensamento: «A cama que fizeres, nela te deitarás.» Ainda que o destino possa ter alguns planos, somos nós que optamos. Há sempre uma esquerda e uma direita. E eu acredito que, mesmo escolhendo a direcção errada, há sempre maneira de chegar ao destino final. Costumo dizer que até os becos sem saída permitem uma alternativa: voltar atrás. Essa segurança, ou forma de ver as coisas, tem-me ajudado a serenar na hora de escolher. Talvez ainda não tenha passado por uma decisão realmente difícil. Ou, então, não lhe dei a devida importância. Talvez seja a idade a trazer esse peso – ou essa leveza. Há pouco tempo, um primo dizia-me que aos 40 não se muda. Que um emprego de 18 anos se mantém, mesmo que não nos dê felicidade. «Talvez até nem saiba fazer mais nada.» Este conformismo deixou-me a pensar. Sabemos nós desta vida que a outra ninguém ainda conseguiu provar. Porque nos habituamos a uma vida que não é a nossa quando podemos escrever a nossa própria história e emprestar-lhe vários capítulos? Talvez seja loucura o risco. Talvez os filhos nos acrescentem medo ao futuro. Mas é preciso ultrapassar esse medo. Talvez seja esta a mais dura batalha da vida. Nos últimos tempos tenho pensado muito nisso. Têm-me assaltado os medos de uma escolha difícil. E, ao mesmo tempo, tenho a certeza de que, aconteça o que acontecer, fui. Há dúvidas que me assombram. Mas estou certa de que não me perdoaria. Pior do que ir e ter que voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar.