Cristina na Web Summit ‘sem’ Chat GPT, depois da bifana, da aula e das redes sociais

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Cristina Ferreira na Web Summit Lisboa em 2021 e 2022, Em maio de2023 no Brasil e agora de novo em Lisboa [Fotografia: Montagem Arquivo Global Imagens, Instagram e Web Summit]

Cristina Ferreira voltou a pisar o palco da Web Summit esta quarta-feira, 15 de novembro, trouxe o tema da inteligência artificial e de como se deve procurar a inteligência em tempos de tecnologia e redes sociais. Sob o mote “Inteligência. Ponto. Artificial”, a apresentadora e administradora executiva da Media Capital trouxe à assistência a importância das emoções e da individualidade. “É preciso usarmos a inteligência para sermos cada vez menos artificiais”, sublinhou.

A também diretora de ficção e entretenimento da TVI e acionista da Media Capital revelou que, na preparação da sua terceira apresentação da Web Summit em Lisboa, pediu um discurso ao Chat GPT, mas que não gostou por não ter “emoção”. Pediu um segundo, já com esse requisito emocional, mas também o resultado não satisfez. “O que pedi à máquina não tinha lá a minha vida, as minhas emoções, o que eu já vivi, não me tornava única perante uma plateia”, declarou.

[Fotogarfia: Instagram]

Falou, por isso, na importância de se ser único e diferenciado em tempo de Inteligência Artificial, sobre a qual diz não saber “nada”. Vincou que a tecnologia “trouxe muitas vantagens mas também há que pensar no que nos retirou”, sobretudo no que diz respeito às redes sociais, universo de artificialidade, pedindo, por isso, reflexão e que se saiba como travar a máquina.

Cristina Ferreira revelou ainda que abriu “uma página de Facebook porque” foi “obrigada pela TVI. Não sei se já quero saber o que é a IA e de que forma pode ser usada por nós. Assusta-me. Mas ela está aí”.

Aliás, já na estreia nestes palcos da cimeira tecnológica, Cristina Ferreira considerava, em novembro de 2021, que a tecnologia sem coração não era caminho e que, em contexto de homens, é preciso ser-se mulher e não apenas a versão feminina de um cargo. Uma apresentação em que mostrou fotografias de batizado, mas que ficou mais conhecida pelo caso da bifana.

[Fotogarfia: José Carlos Pimentel/Arquivo Global Imagens]

Mostrou-a para dizer, recorrendo a uma ideia sobre a qual já falou em tempo, que se algo correr mal, eis a perspetiva: “Vou vender bifanas. Prometo, vou vender bifanas, mas prometo também que vou ser a melhor vendedora do país.”

Nesta quarta participação, o rosto de Queluz de Baixo retoma um ponto muito abordado por Cristina, o que já tinha acontecido em maio, na Web Summit do Rio de Janeiro: o da exposição e a forma como cada um se mostra.

[Fotografia: Instagram/Cristina Ferreira]

“Quando decidi ser apresentadora de televisão, percebi que tinha de guardar alguma coisa só para mim, e ainda sem redes sociais. Sou uma pessoa, não sou um produto. Só posso mostrar o que entendo que, a nível profissional, é essencial para que as pessoas me conheçam”, afirmou, lembrando a importância da “originalidade” e da fiabilidade. “Quando se perde a confiança, perde-se a marca”, aditou.

Em 2022, no regresso ao palco da cimeira da tecnologia em Lisboa, Cristina Ferreira conjugava o verbo To Be (ser, em português), numa espécie de aula, para explicar a importância de falhar e mudar, o que é um líder e de como a verdade tem de fazer parte dessa construção.

[Fotografia: José Goulão Lusa]

“Houve uma altura da minha vida em que as pessoas diziam que tudo o que eu tocava transformava-se em ouro. Mas ganhar sempre não é divertido. Disse muitas vezes: deixem-me falhar. Temos de deixar a nossa zona de conforto”, declarou. “Não temos de ter medo da mudança”, afirmou.