Divórcio ‘grisalho’ penaliza muito mais as mulheres que os homens

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[Fotografia: Pexels/Cotrtonbro Studio]

O impacto de um divórcio raramente se abate sobre os ex-cônjuges da mesma forma. E se ao nível económico, essa discrepância agudiza diferenças, a reconstrução de uma família com um novo amor também nunca é feita à mesma velocidade.

Um estudo que reuniu dados de mais de 220 mil pessoas vem agora reiterar que as separações, mesmo mais tarde, pelos 50 anos, continuam a penalizar mais as mulheres do que os homens.

Após um “divórcio grisalho”, os homens não só iniciam novos relacionamentos com mais facilidade como são menos propensos a depender de antidepressivos. As mulheres do estudo contam história bem distinta. Embora ambos géneros possam recorrer a fármacos antes, durante e após a separação, o intervalo de tempo é muito maior no caso do sexo feminino.

A investigação, publicada no BMJ Journal of Epidemiology and Community Health e que pode ser consultada no original aqui, incluiu 228.644 pessoas entre 50 e 70 anos de idade que viveram um divórcio (75.009), separação (68.604) ou luto (85.031). Segundo os dados, quase 1/4 constituiram uma nova relação em dois a três anos, com maior incidência no sexo masculino.

Correlacionando com o uso de antidepressivos, este aumentou nos 6 meses anteriores ao divórcio para ambos os sexos, com incidência de 5% nos homens e 7% nas mulheres. Caiu depois rapidamente para ambos sexos, estabilizando ao fim de um ano.

As mulheres que se separaram aumentaram significativamente o consumo de antidepressivos nos quatro anos anteriores ao evento. Os homens também aumentaram o consumo destes medicamentos, mas em menor grau: pouco mais de 3% em comparação com 6% entre as mulheres.

“Os maiores aumentos no uso de antidepressivos abatem-se mais fortemente sobre as mulheres do que sobre os homens”, afirma o professor Yaoyue Hu da Universidade Médica de Chongqing, na China, citado em um comunicado.