É isto que um agregado gasta em média por uma casa, por mês

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[Fotografia: Pexels/Lisa Fotios]

Mais de um terço (36,4%) dos inquiridos num estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa refere gastar mais de 30% do rendimento do agregado familiar com arrendamento ou pagamento de prestações de casa.

O estudo decorreu entre julho e novembro de 2023 e teve como objetivo avaliar as perceções dos portugueses relativamente a temas atuais, entre os quais a crise na habitação.

Comparando estes resultados aos obtidos em julho de 2023, verificou-se em novembro do ano passado uma diminuição de 4,5 pontos percentuais (pp) dos inquiridos cujo agregado familiar dedica 31 a 50% do seu rendimento a gastos com renda ou prestações da casa.

Por outro lado, aumentou ligeiramente tanto o número de participantes que dizem alocar 0% dos seus rendimentos como os que dizem destinar entre 11 a 20% do rendimento do seu agregado familiar a este tipo de gasto, (+1,3 pp e +3,4 pp, respetivamente).

A análise do Observatório de Sociedade Portuguesa da Católica-Lisbon refere também que 16,2% dos inquiridos indica não ter qualquer encargo com renda ou prestações de crédito à habitação.

“Verifica-se, portanto, uma diminuição da taxa de esforço dos agregados familiares portugueses entre julho de 2023 e novembro de 2023, que poderá ser explicada por diferentes apoios estabelecidos pelo Estado, como por exemplo o apoio extraordinário à renda, a moratória do crédito à habitação ou a bonificação temporária de juros“, salienta.

Questionados se os preços das habitações na localidade de residência subiram no último ano, 95,4% consideram que sim, com 30,6% a afirmarem que aumentaram bastante e 64,8% a dizer que aumentaram muito.

Apenas 0,1% dos inquiridos consideram que os preços não têm aumentado, refere o estudo, assinalando ainda um aumento de 1,8 pontos percentuais em novembro de 2023 dos que consideram que os preços na sua localidade aumentaram muito no último ano.

A grande maioria (91,1%) revela preocupação com a situação habitacional em Portugal, enquanto 59,9% dos inquiridos demonstram estar muito preocupados e 3,7% pouco a nada preocupados.

As conclusões do estudo apontam ainda que 62,6% dos inquiridos indicam residir em casa própria, 27,1% em casa arrendada e 10,3% estão noutra situação.

A amostra contou com a participação de 1.000 inquiridos, com idades entre os 20 e os 75 anos, que, em comparação com proporções nacionais recolhidas no Censos 2021, “está bastante semelhante, apenas com uma proporção superior de indivíduos entre 50 e 59 anos e uma proporção inferior de adultos entre 60 e 69 anos, dadas as características de recolha do painel de estudos online”.