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Escócia quer segundo referendo à independência

Scotland's First Minister Nicola Sturgeon listens in the debating chamber of the Scottish Parliament at Holyrood in Edinburgh, Scotland, Britain June 28, 2016. REUTERS/Scott Heppell

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Nicola Sturgeon, a primeira-ministra escocesa, anunciou, esta segunda-feira, 13 de março, que o governo vai marcar um segundo referendo à independência da Escócia.

O pedido para realizar uma nova consulta aos escoceses, entre o final de 2018 e o início de 2019, será formalizado ao parlamento escocês, na próxima semana, tendo como motivo o Brexit e a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), à qual a Escócia se opõe.

“Vou pedir ao Parlamento Escocês que me autorize a chegar a acordo com o governo britânico para lançar o procedimento que permitirá ao parlamento escocês legislar para um referendo sobre a independência”, disse Nicola Sturgeon, a partir da sua residência oficial em Edimburgo.

Em setembro de 2014, no primeiro referendo à independência do país, 55,3% dos escoceses decidiram que queriam que a Escócia continuasse a fazer parte do Reino Unido. Já em junho de 2016, na consulta sobre o Brexit, a maioria dos britânicos (52%) aprovou a saída da UE, mas na Escócia o resultado foi o oposto: 62% dos eleitores votaram pela permanência.


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Nicola Sturgeon acusa o governo britânico, liderado por Theresa May, de, durante este tempo, não ter dado qualquer passo para discutir e chegar a um acordo com o executivo escocês sobre o Brexit, ao mesmo tempo que defende que mesmo um bom acordo seria “significativamente inferior” à situação atual.

“Se a Escócia pode ser ignorada num assunto tão importante como a UE e o mercado único então torna-se claro que a nossa voz pode ser ignorada em qualquer altura e sobre qualquer tema”, sustentou.

O anúncio a um segundo referendo acontece numa altura em que os deputados no parlamento britânico se preparam para dar a Theresa May poder para acionar o Artigo 50 e começar a negociações com Bruxelas para a saída do Reino Unido da Europa comunitária, refere o jornal ‘The Independent’.

Apesar da vontade dos escoceses em permanecer na UE, Nicola Sturgeon aponta a realização do referendo escocês para entre agosto de 2018 e a primavera de 2019, depois de “os termos do Brexit serem conhecidos”.

Além da aprovação do parlamento escocês, a convocação do referendo terá de passar pelo parlamento britânico, ao abrigo da lei da “Secção 30”.