“Eu não tenho instinto maternal, não tenho vontade de ser mãe”, confessa Paula Neves

Festa Verão Tvi
Lisboa 01/07/2023 - Festa de Verão da TVI - Paula Neves (Rita Chantre / Global Imagens)

Paula Neves estreou-se na ficção aos 19 anos, com a série “Riscos”, e, desde então, participou nas mais diversas áreas da representação. Contracenou com Júlia Pinheiro na peça “Os Monólogos da Vagina” e esta segunda-feira, 10 de julho, esteve à conversa com a apresentadora no programa “Júlia”, transmitido pela SIC.

Paula conheceu o marido, Ricardo Duarte, no auge dos 20 anos. Os dois passaram de grandes amigos a namorados: “Desde a noite que ficamos juntos, nunca mais nos largamos”, notou.

Após quatro anos de namoro, Paula e Ricardo decidiram “dar o nó”. Sem anel, sem pedido, mas com muito amor. No entanto, o jovem casal percebeu, rapidamente, que a maternidade não fazia parte dos planos futuros: “Esgotamos o que era possível fazer através da ginecologia. Tínhamos de entrar para o universo da infertilidade”, explicou, referindo que nunca foi um desejo ser mãe, mas devido às pressões impostas pela sociedade, começou a questionar o porquê de não conseguir engravidar.

Sobre o universo da infertilidade, a atriz, de 45 anos, garante ser a “coisa mais antinatural e violenta que existe”: “O bocadinho que andamos na infertilidade foi caro, foi exigente, foi difícil, foi agressivo e foi horrível para a nossa intimidade”.

No momento em que decidiram aceitar que não teriam filhos, a relação voltou aos eixos: “Percebemos que não era para nós”. “Eu não tenho instinto maternal, não tenho vontade de ser mãe, eu não tenho capacidade para adotar emocionalmente”, referiu.

Paula recorda “relação abusiva” na adolescência

Aos 13 anos, enquanto vivia o primeiro amor, Paula foi vítima de uma “relação abusiva”. Durante seis meses, a atriz foi vítima de violência doméstica e, durante vários anos, deu a cara por várias campanhas contra a causa: “Nunca, em nenhum momento, eu confundi violência com amor. Quis terminar o namoro e ele achou que a maneira de me convencer era através da violência e da obrigação, e eu não permiti”, relembrou.

“Tive seis meses a levar tareia, com ele a achar que era assim que me convencia a estarmos juntos”, acrescentou.

“Foram meses em que senti medo. Foi a única vez na minha vida em que senti medo. Sentir medo é uma coisa muito estranha, é um sentimento muito, muito fora, que acho que o comum dos mortais não tem acesso a ele e ainda bem, porque sentir medo é horrível”, constatou.

Apesar de estar a ser vítima nas mãos do agressor, Paula decidiu, numa fase inicial, não contar aos pais. Quando “perdeu as rédeas” da situação, decidiu conversar com a mãe: “Quando eu lhes disse, a situação parou. Até hoje, não sei o que eles fizeram. Mas sei que resolveram”, afirmou.