Fátima Lopes e a sustentabilidade: “Talvez não compre roupa… já há quatro anos”

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Fotografias: Rita Chantre/Global Imagens

Em dia de mais uma gala dos Globos de Ouro, no último domingo à noite, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, Fátima Lopes voltou a apresentar-se com um vestido de João Rôlo, um amigo de décadas. Em conversa com a Delas.pt, a apresentadora da SIC não se limita a falar da peça, e vai mais longe, naquilo que chama de preocupação com as questões ambientais: não compra roupa há quatro anos, troca vestidos com a filha, apanha boleias e, “quando os carros elétricos tiverem mais autonomia podem ser uma opção”.

“Este verde-esperança foi a cor que o João Rôlo escolheu para esta noite. Na maior parte das vezes não dou opinião, tenho confiança absoluta nele, são quase 30 anos de amizade”, recorda Fátima Lopes. “Às vezes manda-me uma fotografia do tecido e pergunta o que acho, porque ele sabe o que usei nos anos anteriores, eu não, sou uma despistada: se ele deixar ao meu critério, não me vou lembrar e vou repetir o que já usei“, assume a comunicadora, com um sorriso nos lábios.

“Depois, em termos de design do próprio vestido, o João sabe o que são as tendências, o que ainda não usei, portanto, ‘cada macaco no seu galho’. É muito fácil quando se trabalha com uma pessoa na qual se confia e ele ama o que faz. Depois, os vestidos ficam com o João e, normalmente, ele vende-os logo!”

Lisboa 01/10/2023 – Globos de Ouro 2023 – Passadeira Vermelha – Fatima Lopes
(Rita Chantre / Global Imagens)

Fátima Lopes garante que não segue tendências de moda. “Zero. Sou uma pessoa que pega na primeira coisa que vê e veste. Claro que pretendo que ‘bata a bota com a perdigota’, mas no fim de semana estou-me nas tintas, não quero saber! Depois, visto de forma muito prática… e bastante preocupada com as questões ambientais”.

Fátima insiste no assunto: “Sou anti-consumismo, o mais possível. Faço questão de repetir as minhas roupas ano após ano. A roupa vem e volta para as marcas e talvez não compre roupa… já há quatro anos. Simplesmente não preciso, a minha roupa está boa… é só para acumular e fazer parte da desgraça que é a contribuição da indústria têxtil para o nosso ambiente, uma das mais poluentes do mundo?”

Mãe e filha têm a mesma filosofia. “Partilhamos a mesma preocupação, partilhamos a roupa e até temos as mesmas medidas. Se ela vai a um evento não compra, vai buscar uma das minhas. Às vezes também vou buscar roupas dela porque é uma forma de darmos vida às peças sem estarmos a gastar mais dinheiro“.

“Repito: sou uma pessoa anti-consumismo. Não há planeta B, se continuarmos por este caminho as próximas gerações não vão existir”.

Embaixadora de várias marcas, como é que a apresentadora mantém a coerência no discurso? “Não vou dizer para as pessoas comprarem 40 cremes de 40 marcas. Eu digo ‘comprem este'”.

E em que aspetos contribui mais para a defesa do ambiente? “Procuro no dia-a-dia partilhar boleias, por exemplo. E quando os carros elétricos tiverem mais autonomia pode ser uma opção. Para já faço muitas viagens longas por causa das palestras que dou”, remata.