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Funcionário da Google diz que biologia explica poucas mulheres nas empresas tecnológicas

1. As diferenças entre mulheres e homens são universais, existem em todas as culturas. [Fotografia: Shutterstock]
2. Têm causas biológicas claras e estão ligadas à exposição do bebé aos níveis de testosterona durante a gestação.(Fotografia: Shutterstock]
3. As pessoas que nascem biologicamente homens e que são castradas no momento do nascimento e criados como mulheres frequentemente continuam a identificar-se e a agir como homens. [Fotografia: Shutterstock]
4. Os traços fundamentais são altamente hereditários. São exatamente o que poderíamos prever de uma perspetiva da psicologia evolucionista. [Fotografia: Shutterstock]
Em relação às tecnologias e desigualdade de género nas empresas tecnológicas, justifica-as com o seguinte [Fotografia: Shutterstock]:
5. As mulheres, geralmente, têm um interesse maior em pessoas do que em coisas, por comparação com os homens (empatia vs sistematização). [Fotografia: Shutterstock]
6.Estas diferenças explicam, em parte, por que as mulheres preferem trabalhos em áreas sociais e artísticas. Enquanto os homens preferem a codificação por requerer a sistematização e mesmo na área da engenharia de software, as mulheres trabalham mais no 'frontend', que lida com as as pessoas e a estética. [Fotografia: Shutterstock]
7. As mulheres expressam-se de forma gregária em vez de o fazerem de forma assertiva. Além disso, são altamente consensuais. [Fotografia: Shutterstock]
8. Tudo isto leva a que as mulheres tenham mais dificuldades em negociar salários, pedir aumentos, impor-se e liderar. [Fotografia: Shutterstock]
O funcionário da Google defende que as mulheres e os homens diferem biologicamente de muitas maneiras e essas diferenças não são apenas construções sociais. Clique na galeria para saber quais as diferenças que importam para o funcionário desta empresa. [Fotografia: Shutterstock]

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Um funcionário da Google difundiu um artigo de 10 páginas, numa rede interna da multinacional e no Google+, onde critica as iniciativas feitas pela multinacional para combater as desigualdades de género e tenta apontar razões científicas para ela existir.

O autor anónimo do manifesto – que foi divulgado, nos media, pelo site Gizmodo e que se suspeita ser de um engenheiro de software daquela multinacional -, procura estabelecer co-relações e explicações entre os fatores biológicos e a sub-representação feminina nas empresas tecnológicas, em geral, defendendo que o debate está enviesado por preconceitos ideológicos.

Ao longo do documento refere, entre outras coisas, que “a distribuição de preferências e capacidades dos homens e das mulheres difere, em parte, por razões biológicas e estas podem explicar por que não se vê uma representação igual das mulheres na tecnologia e na liderança”.

Detalhando os motivos biológicos para explicar a escassez de mulheres nas empresas dessa área, o texto aponta uma maior apetência do sexo feminino para lidar com pessoas, em detrimento dos números e dos códigos ou as mulheres serem mais emotivas e ansiosas e menos assertivas do que os homens, e as consequências que isso traz para o desempenho das funções.

Neuroticismo (altos níveis de ansiedade e pouca tolerância ao stress). Isto pode contribuir para os altos níveis de ansiedade das mulheres reportados no Googlegeist e para o menor número de mulheres em trabalhos altamente stressantes”, é uma das afirmações feitas pelo funcionário da Google. Leia outras na nossa fotogaleria, em cima.

O manifesto tornou-se viral e gerou polémica, levando a recém vice-presidente da Google para Diversidade e Inclusão, Danielle Brown, a fazer-se apresentar aos funcionários da multinacional mais cedo que o previsto e obrigando-a a tomar uma posição face às declarações veiculadas.

A responsável afirma que o texto faz “assunções incorretas sobre género” e que a sua perspetiva não é “apoiada, promovida ou encorajada”, nem por si, nem pela empresa.

“A diversidade e inclusão são uma parte fundamental dos nossos valores e da nossa cultura que continuaremos a cultivar. A nossa crença de que a diversidade e inclusão são críticas para o nosso sucesso enquanto empresa é inequívoca, e continuaremos a bater-nos por isso e comprometer-nos ao longo do caminho”, defendeu Danielle Brown, numa declaração aos funcionários da Google.

 

Imagens: Shutterstock