Quem o diz é mulher e prepara-se para assumir, como ministra, a pasta das matérias femininas, da família e dos Direitos Humanos do novo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Damares Alves nunca escondeu que é claramente contra o aborto e, na quinta-feira, 6 de dezembro, referiu em conferência de imprensa, após reunião com o chefe de Estado, em Brasília: “Se a gravidez é um problema que dura só nove meses, o aborto é um problema que caminha a vida inteira com a mulher”
A futura ministra com os pelouros da Mulher, Família e Direitos Humanos no futuro Governo brasileiro, liderado por Jair Bolsonaro, é pastora evangélica e advogada. À saída do encontro, Damares Alves explicou que o seu ministério não vai tratar do tema aborto e tratará apenas de assuntos relacionados com a vida.
“Essa pasta não vai lidar com o tema aborto, vai lidar com a proteção de vida e não com morte”, disse Dalamares Alves, segundo o ‘site’ de notícias G1. “Eu sou contra o aborto. Nenhuma mulher quer abortar. Elas chegam até ao aborto porque, possivelmente, não lhes foi dada nenhuma outra opção” considerou.
Damares Alves é a segunda mulher a integrar o executivo do Presidente eleito, depois de a deputada federal Tereza Cristina ficar com o Ministério da Agricultura. Em março passado, Damares Alves, durante uma entrevista concedida ao site Expresso Nacional, declarou que a mulher “nasceu para ser mãe”, aquele que é o seu “papel mais especial”, defendendo ainda que se “preocupa com ausência da mulher de casa“.
Defesa dos temas LGBT e contra a discriminação
Damares Alves, que é também assessora do senador Magno Malta, informou que terá como uma das suas prioridades neste novo Governo “combater a violência”, inclusive contra a comunidade LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgénero). “Se necessário, estarei nas ruas com as travestis, na porta das escolas com as crianças que são discriminadas”, afirmou a nova ministra, acrescentando que apesar de “o tema LGBT ser muito delicada”, mantém uma “boa relação” com os referidos movimentos.
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As declarações da futura governante diferem das do Presidente eleito, que chegou mesmo a dizer que preferia que um filho seu morresse num acidente do que ser ‘gay’. Jair Bolsonato, ex-comandante do Exército, já definiu 21 dos 22 ministérios do seu executivo, faltando apenas anunciar o titular do Ministério do Meio Ambiente. O Governo de Bolsonaro toma posse no próximo dia 1 de janeiro.
CB com Lusa
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Human Rights Watch apela à descriminalização do aborto no Brasil