Há 10 anos, o mundo ouviu: “Morreu Michael Jackson”

Eram 14h26 da tarde, 22h26 em Portugal, quando o Ronald Reagan UCLA Medical Center, em Los Angeles, declarou a morte de Michael Jackson, depois de quase uma hora de tentativas de reanimação. Era dia 25 de junho de 2009 e a notícia atravessou fronteiras, apanhando todos de surpresa. Faltava menos de um mês para o regresso do Rei da Pop aos palcos, com os 50 concertos totalmente esgotados da This is It, na O2 Arena.

A autópsia? Overdose de medicamentos, provocada pela toma excessiva e continuada de Propofol, um anestésico ministrado pelo seu médico pessoal, Conrad Murray.
O cardiologista seria condenado a quatro anos de prisão por homicídio involuntário, cumprindo apenas metade da pena prevista.

Michael Jackson tinha 50 anos, uma carreira com mais de quatro décadas – começara nos Jackson 5 aos 6 anos de idade -, três filhos, o álbum mais vendido de sempre na história da música, Thriller, e um autêntico parque de diversões a que chamava casa, o popular rancho de Neverland. Mas também um percurso manchado pelas constantes acusações de abuso sexual, que surgiram primeiro em 1993, e que se intensificaram em 2005, apesar de o cantor ter sido declarado inocente de todos os crimes imputados. No entanto, as acusações nunca deixaram o intérprete de Black or White, nem mesmo depois de ter partido.

Recentemente, a HBO emitiu um novo documentário sobre os alegados abusos sexuais do Rei da Pop, intitulado Leaving Neverland. O formato, dividido em duas partes e emitido em março passado, chocou o mundo, tornando-se no terceiro formato do género mais visto da HBO. Em causa estão os testemunhos de James Safechuck e Wade Robson, dois norte-americanos, que em crianças eram convidados frequentes de Jackson no rancho de Neverland.

A família de Jackson não tardou em responder, criticando severamente o documentário e acusando James e Wade, bem como a produção de Leaving Neverland, de tirar proveito financeiro do legado do cantor, prometendo uma nova investigação com o objetivo de ilibar o Rei da Pop de todas as acusações. A resposta dos Jackson não impediu, no entanto, algumas rádios canadianas de retirarem a música do cantor do ar, bem como o fim da exibição de um episódio dos Simpson em que este participava.

Apesar das muitas polémicas, o Circo de Soleil continua a exibir, cinco noites por semana, o espetáculo inspirado por Michael Jackson, e o musical sobre a sua vida, Don’t Stop Till You Get Enough, deverá estrear-se na Broadway em 2020. Mesmo depois da morte, com mais ou menos controvérsias, a carreira póstuma de Jackson não dá sinais de abrandar.

 

O polémico documentário sobre Michael Jackson vai chegar a Portugal