‘Horror’ do açúcar. Esta é a hora limite que tem de parar de dar doces às crianças

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[Fotografia: Pexels/Breno Cardoso]

Em tempo de doçuras e travessuras, de pão por Deus ou de andar ao bolinho, seja qual for a região do país, é praticamente impossível interromper o circuito de uma goma, de um chocolate ou de um rebuçado entre as mãos de quem oferece e a boca de uma criança. Estes momentos de festa e de tradição soam sempre a um verdadeiro festival do horror dentário, energético e nutricional para quem é mãe e pai e procura combater o açúcar com toda a energia possível.

Para a nutricionista Iara Rodrigues não vale a pena entrar em “histerismos” e “proibições”, pedindo o exercício do diálogo com as crianças, que diz saberem bem o que está em causa nestes dias de doces, apesar de muito pequenas. “O fruto proibido é o mais apetecido e é muito triste para uma criança ver outras a comer doces e ela não. Parece-me um péssimo princípio e francamente mais traumatizante”.

Por isso, a solução está no negócio: “Pedimos para recolher todos os doces e, no final, escolhemos três ou quatro e os restantes vão para outros dias, quando se pode dar um miminho ou uma compensação ou mesmo distribuir por outros meninos que não receberam tantos”, aconselha. Este gesto, refere a especialista, dará as crianças à sensação de que elas é que têm o controlo uma vez que são eles que escolhem o três ou quatro doces.

Mas o que fazer quando os doces vão sendo dados aos pedacinhos e ao longo do dia e umas crianças comem e outras não? “É preciso haver conversa entre os pais, porque se umas crianças podem e outras não fica um ambiente horrível, é preciso encontrar, entre os adultos, uma regra que se aplique a todas as crianças presentes. Estamos a gerir emoções, a proibição de doces é o drama deles. Trata-se de um dia de exceção e, até como mãe, é óbvio que prefiro que eles comam à minha frente do que às escondidas”, pede a nutricionista Iara Rodrigues.

Sendo um dia de exceção, até que horas se pode dar o último doce a uma criança para provocar o mínimo dano possível? “Pela hora do lanche, pelas cinco horas, às seis pode ser tarde, sobretudo para crianças que jantam às sete da e, com os doces, já não vão comer o que deviam”, ressalva a nutricionista.

Iara Rodrigues [Fotografia: Instagram]

É importante evitar a overdose de açúcar e os sintomas são claros: “os miúdos começam a tremelicar, não dormem, não se concentram a executar tarefas simples, estão em excitamento, não param quietos, os olhos parecem que têm a pupila dilatada e têm muita sede”, enumera Iara Rodrigues que pede nestes dias, que de dê e se insistia em beber mais água do que a média para “ajudar a libertar tudo mais depressa”.

E se esta semana é de desgraça, é ideal que ela fique bem circunscrita: “Em matéria de doces, esta semana em particular é para esquecer. Temos de assumir que é uma semana, mas apenas esta, e sem açúcares disponíveis até ao próximo desastre, que hão de ser os chocolates de Natal”, avisa Iara Rodrigues.