Igualdade de género é uma questão de “crescimento económico e de competitividade”

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Primeira ministra da Estónia [Fotografia: Ludovic MARIN / AFP]

A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, conquistou esta quinta-feira, 9 de novembro, a oitava edição do prémio Mulheres da Europa no Poder, que reconhece o trabalho realizado pelas mulheres para aumentar a sua presença e participação na configuração da Europa e do seu futuro.

A advogada e política Kaja Kallas, de 46 anos, tornou-se a primeira mulher a chefiar o Governo da Estónia em janeiro de 2021, cargo que ainda ocupa depois de renovar o seu mandato nas últimas eleições de março.

No discurso de entrega do prémio, Kallas sublinhou que o mundo está “300 anos longe da igualdade de género” e defendeu que uma mulher no poder “não deve ser algo extraordinário”.

“A igualdade e a inclusão não acontecem por acaso. A liderança é importante e pode fazer a diferença. Se as mulheres líderes não são visíveis, onde devem as jovens obter os seus modelos?”, apontou a líder liberal estónia, citada pela agência Efe.

Durante os seus anos no cargo e desde o início da guerra na Ucrânia, Kallas tem sido caracterizada como uma das vozes mais fortes dentro da União Europeia (UE) e da NATO na defesa do fornecimento de armas a Kiev e no reforço das sanções económicas contra a Rússia.

No entanto, em jeito de piada sublinhou que, quando foi eleita primeira-ministra, o seu género passou a ser o mais comentado: “O meu objetivo era liderar o governo, mas o que parecia entusiasmar os meios de comunicação e o público ainda mais do que a minha visão ou a minha experiência foi o facto de eu ser mulher”.

“A igualdade de género não é apenas uma questão de justiça, mas também de crescimento económico e de competitividade”, sublinhou ainda Kallas.

O prémio Mulheres da Europa no Poder, organizado pelo Movimento Europeu Internacional e pelo Lobby Europeu das Mulheres, também reconheceu em edições anteriores o trabalho de outras mulheres à frente do governo dos seus países, como a ex-chanceler alemã Angela Merkel (2021) e ex-primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin (2022).

Nesta edição outras mulheres premiadas foram a Yuliia Paiesvka, na categoria “Mulher em Ação”, reconhecida pela sua coragem e defesa da democracia e da independência ucraniana, a jornalista Shada Islam, em “Mulheres nos Media”, premiada pela dedicação na promoção de debates.

Também a empresária Emilie Schmitt foi distinguida na categoria “Mulher de Negócios”, pela defesa de oportunidades inclusivas e estratégias de emprego, enquanto Maraharyta Vorykhava foi reconhecida como “Jovem da Europa” pelo seu trabalho na promoção do empoderamento dos jovens e da democracia na Bielorrússia.